Um vídeo que já foi visto 1,5 milhão de vezes mostra um rapaz deixando uma garrafa de plástico vazia no corredor de um shopping, bem ao lado da lixeira. É tudo de propósito. Tem câmera por tudo quanto é lado, para ver o que vai acontecer.
Um monte de gente passa e ignora a garrafa. E quando finalmente uma mulher se abaixa para pegar o lixo, uma multidão aplaude o gesto!
A superprodução foi feita por uma TV canadense só para testar a reação das pessoas. E o Fantástico resolveu trazer a ideia para o Brasil o desafio da garrafa.
Nossos produtores se infiltraram em shoppings de seis capitais brasileiras e deixaram garrafas no chão, bem perto de lixeiras.
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Nós repetimos o teste três vezes em cada shopping, tudo cronometrado, e tiramos uma média para descobrir em qual capital a garrafa ficou mais tempo no chão?.
Fortaleza, Ceará. O teste começa para valer, shopping bombando e a garrafa lá. Leva um chute. E o Gabriel, de 13 anos, coloca a garrafa no lixo, quase 17 minutos depois. “Eu vi a garrafa no chão e coloquei no lixo, que é o lugar certo dele”, conta o menino.
Depois, a garrafa é recolhida bem mais rápido, em pouco mais de três minutos. Quase não dá para ver. O terceiro teste é de paciência. Quando já fazia quase 30 minutos que a garrafa estava lá, uma mulher pega. “É questão de cultura. As pessoas não têm cultura de colocar o lixo no lugar certo”, afirma o gerente Antônio Peixoto.
Pelo nosso teste, em Fortaleza, o pessoal não se ligou muito no lixo. Em média, a garrafa ficou 16 minutos e 40 segundos no chão.
Curitiba, Paraná. Sobrou para as vendedoras. Duas vezes elas saíram das lojas e botaram a garrafa no devido lugar. No terceiro teste, duas mulheres ficam de frente para o lance, mas vão embora. A garrafa ficou para um flagrante curioso: uma criancinha se encanta pelo objeto verde no meio do corredor. Um menino se aproxima e também quer brincar. O que o pai pensa? “Eu imaginei que fosse daquela criança que estava brincando. Depois eu vi que os pais pegaram a criança, foram embora e a garrafa permaneceu no mesmo local. Eu logo retornei e joguei no lixo novamente”, disse.
E ainda ajeitou a lixeira, que capricho! Mateus só tem 1 aninho e tem um senhor exemplo a seguir. Em Curitiba, a garrafa ficou no chão, em média, por 3 minutos, 41 segundos.
Goiânia, Goiás. Uma mulher desvia, outra garotinha chuta e a garrafa fica lá por quase dez minutos, até alguém tomar uma atitude. Depois a coisa deslancha: uma jovem fica pertinho, mas não pega. Só que logo em seguida o rapaz acerta o lixo. “Qualquer lugar que eu passar que tiver lixo no chão eu vou pegar, voltar e vou colocar no lixo”, garante Edineusa.
Média de Goiânia: 3 minutos e 31 segundos para a garrafa ser recolhida.
Rio de Janeiro. Uma mulher desvia em cima do lance. Até que mais de cinco minutos depois alguém se incomoda com a garrafa jogada na praça de alimentação. “As outras pessoas vendo alguém tendo uma atitude correta vão fazer também. É só exemplo”, avisa Edson.
Será? Garrafa no chão: uma moça pula, um rapaz pula. E longe do lixo, a garrafa encontra uma salvadora: “Ele, como criança, chutou. Mas aí a gente, como mãe, tem que falar: ‘pegou o lixo, põe no lixo’”, destaca a mãe de Adriano, que pegou a garrafa.
Rio de janeiro, graças a rapidez do pequeno Adriano, em boa colocação: garrafa no lixo, em média, em 2 minutos e 12 segundos.
Salvador, Bahia. Uma jovem joga o papel no lixo, mas deixou a garrafa para o senhor que veio logo em seguida. Depois, uma senhora dá uma paradinha no sorvete para fazer o bem comum: “Eu joguei porque eu senti que alguém poderia passar ali, pisar e tomar uma queda”, diz a aposentada.
Pulinhos, um esbarrão, outro pulo e uma bicuda. E um rapaz resolve tudo.
Salvador, na média, garrafa no lixo em 1 minuto e 15 segundos.
São Paulo, shopping bombando. Uma desviada básica e garrafa na lixeira. Uma dupla desvia em cima da hora, mas o rapaz que veio logo atrás deu o exemplo. E ele estava no celular!
Atenção para o homem mais ligeiro do país: garrafa no chão é garrafa no lixo! Em dez segundos! “Qualquer gesto pequeno que a gente fizer pode mudar muita coisa”, afirma Crilson.
Em média, os paulistanos demoraram 41 segundos para pegar a garrafa. A capital mais rápida, entre as testadas pelo Fantástico.