domingo, 29 de maio de 2011

História dos Mamonas Assassinas chega aos cinemas

IRREVERENTES Em poucos meses de carreira, os Mamonas conquistaram a simpatia de crianças e adultos
 “Os Mamonas Assassinas morreram”. A notícia, na manhã de 2 de março de 1996, um domingo, parecia um desses boatos que vez ou outro circulam por aí. À época, o acesso à internet não era tão popular e a velocidade das informações era menor que a atual. Mas era verdade. Poucos meses depois de estourar para o sucesso e se tornar uma das bandas mais irreverentes do país, as vidas de Dinho, Samuel, Sérgio, Júlio e Bento terminaram em um trágico acidente na Serra da Cantareira, em São Paulo. O pequeno avião em que viajavam vindo de Brasília fez uma manobra errada e acabou se chocando contra a serra. Além dos cinco integrantes da banda, piloto, co-piloto e dois assistentes do grupo também morreram.
Mais de quinze anos depois, o documentário Mamonas pra sempre (Europa Filmes) – previsto para chegar aos cinemas em 10 de junho – refaz o caminho que levou a banda Utopia, nascida no Parque Cecap, em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, a virar os Mamonas Assassinas. Para isso, o diretor Cláudio Kahns contou com um vasto material cedido pelas famílias dos músicos. É aí que está a parte mais rica do filme. Os primeiros shows, as brincadeiras de bastidores, a viagem para Los Angeles para mixar o primeiro disco. Tudo o que foi registrado pelos próprios meninos chega agora ao público.
Fora isso, o depoimento de Rick Bonadio – uma espécie de mago em criar bandas de sucesso (Fresno, NxZero, CPM22, Bro’z) e quem deu a primeira chance aos Manonas – é quem dá certa pimenta ao documentário, contestando algumas informações da família e de amigos, como a de que não havia brigas entre os integrantes do grupo. Além disso, Bonadio – sem fazer média- define a personalidade de cada mamona. “Bento era o melhor músico da banda. Ele conduzia os arranjos”, diz, ao se referir ao guitarrista. “Sérgio era imaturo, arrumava confusão por tudo”, revela Rick.
1995 O grupo, ao lado do produtor Rick Bonadio (à direita), assina o contrato para o lançamento do primeiro e único disco oficiial da carreira
 Outro ponto alto do filme são as imagens da primeira apresentação do grupo no ginásio Pascoal Thomeu, conhecido como "Thomeuzão", em Guarulhos, onde a banda foi formada. Em um desabafo, o vocalista Dinho relembra quando, anos antes, foi impedido de tocar com a banda no local por não serem conhecidos. “Nunca desistam dos seus sonhos”, disse Dinho, em meio a muitos palavrões. Naquela altura, músicas como Robocop Gay, Vira, Pelados em Santos e Jumento Celestino já estavam na boca do povo.
No mais, o documentário mostra depoimentos e mais depoimentos de família, amigos e pessoas que trabalharam com a banda. Tudo já falado exaustivamente em programas de televisão, jornais e revistas.
Mamonas pra sempre, talvez propositalmente – para manter o “clima” de alegria característico da banda – aborda a morte dos rapazes de maneira bem superficial. Manchetes de jornais e revistas estampam a tela. Um depoimento emocionado aqui, outro ali. E só. Ao seguir por esse caminho, o diretor Cláudio Kahns ignorou algo que ajudou a transformar os Mamonas em mito brasileiro: a comoção dos fãs diante do trágico acidente e as inúmeras homenagens prestadas aos cinco rapazes de Guarulhos.
Na esteira do documentário estão programados diversos lançamentos, como álbum de figurinhas e revista sobre o grupo. O diretor Cláudio Kahns ainda planeja fazer um filme de ficção e uma minissérie de TV com o material que coletou. Parece exagerado.

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