(Foto: Mario Cypriano) |
por Rubens Rodrigues-O Povo
O cearense Gero Camilo celebra a memória de Belchior no show “Gero Camilo canta Belchior”, que ele apresentou na quinta edição do Festival Maloca Dragão, em Fortaleza, na última semana. No último dia 29, a morte de Belchior completou um ano. Para Gero, a música do sobralense continua relevante por que o País vive momento parecido politicamente.
Ele foi o convidado de estreia do programa Conversa Ao Vivo, do O POVO Online. Confira trechos.
“O que mais me interessa não é o bairrismo da identidade com o Belchior, pelo contrário. É a lança que ele joga pra humanidade, pro futuro, pra reflexão. São poetas musicais como Belchior, como Bob Dylan, pessoas que conseguem dentro de uma narrativa incluir metáfora, melodia e fazer com isso estética musical”.
“O pouco de desenvolvimento que a gente tinha agora está ameaçado pelo golpe. Estamos em uma situação social delicadíssima, e é por isso que a música dele ainda é contundente. A questão é superar esse golpe com uma atitude e o Belchior traz essa relevância na obra dele. Não dá para assistir Belchior e dissociar conteúdo político”.
“Resgatar hoje Belchior não é resgatar um ídolo cristalizado, um gênero do passado. Não. Resgatar o Belchior é resgatar uma reflexão política, estética, muito contundente com o momento atual. De resistência”.
“Tem uma crítica primeiro que é aquele velho ditado que diz que poeta bom é poeta morto. Às vezes é preciso o cara morrer pra ter a cara estampada em todos os lugares. Fortaleza já devia estar com a cara do Belchior estampada há muito tempo. Não só ele. Não espere que a gente morra pra botar a gente nos lugares, porque nós somos a referência, o reflexo da cidade. Que essa atitude venha antes do retiro do artista. Belchior precisou se retirar e fazer a passagem pra este resgate. Resgatem o mais urgente possível o que é memória viva, que a memória morta já é registro”.
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