Diário do Nordeste
Ao assumir a Presidência da República na tarde de ontem, o presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (PMDB-CE), passou a ser o quinto cearense na história republicana brasileira a ocupar o posto máximo do Poder Executivo do País. Eunício é atualmente o terceiro na linha sucessória presidencial e comandará o Brasil, enquanto o presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) estiverem cumprindo agenda no Exterior.
Temer viajou, ontem, para Hamburgo, na Alemanha, onde participa, até amanhã da reunião de cúpula do G-20, grupo das 20 maiores economias mundiais. Já Maia tem compromissos na Argentina e só deve retornar ao País no domingo (9).
Antes de Eunício, os outros cearenses que ocuparam a Presidência, foram: José Linhares, Humberto Castelo Branco, Paes de Andrade, Mauro Benevides.
Eunício Oliveira é natural de Lavras da Mangabeira, tem 64 anos, e está na presidência do Senado desde 1º de fevereiro deste ano. Ele ocupa mandato na Casa Legislativa desde 1º de fevereiro de 2011. Antes, Eunício já foi deputado federal (1999-2011) e Ministro das Comunicações (2004-2005), do governo Lula.
Com a viagem de Temer, Eunício Oliveira (PMDB-CE) é o quarto presidente diferente a comandar o Palácio do Planalto desde maio do ano passado.
Terceiro na linha sucessória, o presidente do Senado Federal assume o cargo por pouco mais de dois dias, a partir do momento em que Temer sair do espaço aéreo brasileiro, o ocorreu por volta das 17h de ontem. Em conversas reservadas, o senador vinha manifestando ao presidente a vontade de assumir pelo menos uma vez o posto.
"Assumo a Presidência da República, de forma interina, com a mesma responsabilidade com que tenho pautado toda minha trajetória", tuitou Eunício.
Estratégia de Temer
Alvo de denúncia por corrupção passiva, Temer afirmou, ontem, antes de viajar para a Alemanha, que as autoridades são transitórias e, por isso, devem respeitar a Constituição e a soberania popular. "São autoridades constituídas e não o são por uma centelha divina", ressaltou. O discurso foi feito em evento de lançamento do novo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).
Enquanto tenta publicamente manter o clima de normalidade do seu governo, Temer se dedica à sua defesa e cobra fidelidade dos seus aliados.
Em reunião de três horas com integrantes do primeiro escalão, anteontem, ele determinou empenho para garantir que as bancadas dos partidos de sua base votem contra o prosseguimento da denúncia e insinuou que aqueles que não trabalharem a seu favor podem ser punidos caso o governo sobreviva, de acordo com relatos dos presentes.
O presidente pediu que eles conquistem votos entre deputados aliados para barrar a denúncia de corrupção apresentada contra ele pela PGR.
Contratada por Temer para elaborar um parecer pela ilegalidade da gravação feita por Joesley Batista, a jurista Ada Pellegrini Grinover argumenta que a Corte deveria rejeitar a gravação que ela considera ilegal.
Comentando a viagem para o G-20, Temer também divulgou um vídeo nas redes sociais para afirmar que esta semana foi "produtiva" e de "boas novas" para os brasileiros. O peemedebista afirmou que não está ocupado apenas com as "pedras no caminho", mas que está fazendo a "tarefa de casa" e "seguindo na luta". "Viajo para fazer o que tenho feito durante todo meu governo: defender a abertura de novos mercados, a nossa economia e os interesses do País".
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