O presidente do PSDB disse não ter condições de avaliar se o peemedebista é culpado ou não, mas que já está se chegando à ingovernabilidade ( Foto: Ag. Senado ) |
Diário do Nordeste
O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse, ontem, que o País "caminha para a ingovernabilidade" na gestão do presidente Michel Temer. O dirigente tucano, que comanda o principal partido aliado a Temer, fez também um aceno ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assume interinamente o Palácio do Planalto caso o peemedebista seja afastado do cargo se a denúncia contra ele for aceita pelos deputados. Para Tasso, Maia "tem condições" de conduzir a transição do país até as eleições de 2018.
Embora tenha dito que é "precipitado" falar em nomes para uma eventual transição, Tasso avalia que Maia poderia garantir governabilidade ao País até a eleição de 2018. "Se vier a afastar o Temer, Maia é presidente por seis meses. Aí ele tem condições de fazer, até pelo cargo que exerce como presidente da Câmara, de juntar os partidos ao redor de um nível mínimo de estabilidade do País", disse.
Tasso, que vem defendendo o desembarque do PSDB do governo - em oposição ao posicionamento da ala paulista da legenda (José Serra, Geraldo Alckmin e João Doria) e do senador Aécio Neves (MG) -, fez, ontem, a mais explícita manifestação pela saída de Temer.
Tasso afirmou ainda que está aberto para tratar de uma "saída negociada" com Temer. Disse também que já está discutindo o assunto com outras legendas da base aliada. "Acho que o ideal é envolver todos os partidos, inclusive os de esquerda".
O presidente do PSDB disse não ter condições de avaliar se Temer é culpado ou não pelos crimes dos quais é acusado. "Mas tenho capacidade dizer que estamos chegando na ingovernabilidade", disse, comparando a situação ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Desembarque
O movimento no PSDB pró-desembarque do governo voltou a ganhar força nesta semana e desta vez também entre os senadores, além da bancada na Câmara dos Deputados. A avaliação de uma ala majoritária no Senado, formada por pelo menos seis dos 11 integrantes da bancada tucana, é de que o partido deve entregar os cargos, mas manter o apoio às reformas.
Acusado de corrupção passiva, Temer é o primeiro presidente a ser denunciado no exercício do mandato. O Planalto detectou um movimento de alas do PSDB e do DEM para tentar viabilizar o nome de Maia como uma alternativa. Para neutralizar esse movimento, Temer convocou de última hora uma reunião ministerial, na última quarta-feira (5), à noite e disse aos ministros de que eles precisam ajudá-lo a garantir os votos na Câmara não só para garanti-lo no cargo, como para aprovar reformas em tramitação no Congresso.
O presidente da Câmara, porém, abandonou nos últimos dias a postura de "líder de governo" e assumiu mais o comportamento institucional. Embora venha se ausentando do plenário e promovendo mais encontros na residência oficial, Maia não está fazendo campanha aberta para suceder a Temer. A estratégia não é só para não ser tachado de traidor, mas para conquistar o apoio futuro dos partidos que ainda dão apoio ao governo
Na Câmara, o Centrão - grupo de médios e pequenas legendas - mantém a disposição de dar sobrevida a Temer. No Centrão, a avaliação é que o PSDB pode influir numa derrocada de Temer assim como o PMDB foi o vilão da queda de Dilma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário