O governador Camilo visitou, na manhã de ontem, as
dependências do Sistema Verdes Mares e concedeu entrevista ao CE TV 1ª
Edição
FOTO: FERNANDA SIEBRA
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Além das áreas da Segurança e Saúde, que devem demandar mais atenção do
governador Camilo Santana nos primeiros anos de gestão, o chefe do
Poder Executivo do Ceará demonstra preocupação com a possibilidade de se
ter mais um ano de estiagem no Ceará. O gestor deve anunciar amanhã,
depois de reunião com o secretariado, “medidas duras” de contenção de
despesas para garantir recursos para enfrentar emergências em caso de
mais um ano de seca.
“Essa é uma grande preocupação, porque estamos há três anos com seca no
Estado e podemos entrar no quarto ano. No Ceará, hoje em dia está
difícil buscar água, pois a água está cada vez mais distante dos
municípios”, disse o gestor, ressaltando que a questão da estiagem no
Estado será uma de suas prioridades.
“É a minha prioridade, por isso vou fazer contenção de despesa para que
todas as preocupações imediatas desse momento sejam sanadas”, afirmou o
governador, que visitou as dependências do Sistema Verdes Mares na
manhã de ontem e concedeu entrevista ao CETV 1ª Edição, da TV Verdes
Mares. Ele ressaltou, porém, que vai aguardar os prognósticos mais
concretos da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme) para que esta seja sua prioridade já no início do ano.
Camilo garantiu que, nos primeiros anos, vai diminuir despesas da
máquina, inclusive com corte de pessoal terceirizado. Os recursos
deverão ser direcionados às áreas da Saúde e Segurança Pública,
ponderando que a gestão de Cid Gomes deixou dinheiro em caixa. “O
Governo está organizado e enxuto, mas precisamos cortar umas gorduras
que sempre existem”, declarou.
As medidas de contenção de despesas serão apresentadas amanhã, durante
reunião com os secretários, para que eles possam fazer o planejamento
estratégico de suas gestões para este ano. Camilo se comprometeu a
retomar o chamado “Governo Itinerante”, iniciado por Cid Gomes, mas
interrompido. Segundo destacou, o modelo será diferente do adotado por
seu antecessor, mas terá intenção de aproximar população da gestão.
Violência
Área mais criticada no Governo Cid Gomes, a Segurança Pública deve ser
um dos temas mais abordados por Camilo durante o seu mandato, pois terá a
obrigação de reduzir os índices de violência ainda altos no Estado. Em
entrevista, ele afirmou que vai criar um comitê que possivelmente será
presidido pela vice-governadora Izolda Cela, reunindo as áreas da Saúde,
Educação e Esporte para integrar essas pastas, visando melhoria dos
índices de violência na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e
municípios do Interior.
“Vamos criar o programa Abraça Ceará ou Ceará Pacífico e vamos ter que
fazer adequação conjunta com o Governo com vários braços para chegar lá,
colocar uma ação de saúde, assistência social e esporte. O secretário
de Segurança compreende que o problema da segurança não é só Polícia”,
disse.
Santana quer reunir em um grupo Ministério Público, Defensoria Pública,
Secretaria de Segurança, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Tribunal
de Justiça para discutir melhorias para a área. “Sabemos que a
Segurança é de responsabilidade do Estado, mas não é só do Estado. Esse
pacto tem que ser feito”, alega.
Para a Saúde, além de ampliar equipamentos criados no Governo Cid
Gomes, ele pretende qualificar o atendimento. Para Camilo, é preciso
pensar em reformas no modelo de saúde vigente não somente no Estado, mas
em todo o País. O objetivo é otimizar recursos e trabalhar com foco em
metas e resultados, além de propor um pacto entre Estado e municípios
cearenses estabelecendo metas, como foi feito na área da Educação.
Camilo Santana também defendeu uma nova forma de sub-financiamento da
saúde para melhorar a situação atual da rede. Segundo ressaltou, os
recursos para a área não são suficientes. O Hospital do Cariri, explicou
o gestor, custou aos cofres públicos R$ 110 milhões e necessita
atualmente de R$ 100 milhões por ano apenas para a sua manutenção.
“Eu defendo que o dinheiro não vá para o Governo Federal, mas para os
estados e municípios. O problema não é construir mais equipamentos, é
manter. O Governo não está repassando direito”, reclamou.
Diálogo
Ainda nesta semana, o governador se comprometeu a conversar com todos
os 46 deputados estaduais eleitos para a próxima legislatura, podendo
começar as conversações com o presidente da Casa, Zezinho Albuquerque
(PROS). Ele disse estar aberto a conversar, inclusive com opositores,
desde que eles estejam dispostos ao diálogo. “O Governo tem que estar
aberto a ouvir e dialogar com todos, porque eu não sou governador de
oposição ou situação. Eu vou começar a receber todos os deputados esta
semana. Quem não quiser ir fica a critério”, afirmou.
Dos gestores do primeiro escalão, ainda não foram empossados o
secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, senador Inácio
Arruda, e a deputada Mirian Sobreira, que assume a Secretaria de
Política sobre Drogas. Inácio terminará o mandato no Senado, que se
encerra em 31 de janeiro, e será empossado no dia 2 de fevereiro.
Já Mirian Sobreira (PROS) depende da aprovação da reforma
administrativa, que será enviada por Camilo Santana à Assembleia
Legislativa, já que a secretaria que ela vai assumir tem hoje o status
de coordenadoria e deve passar por mudanças.
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