O Ministério da Educação pretende que o novo modelo iniba casos de vazamento, como ocorreu na última edição, no Piauí
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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Brasília. O ministro da Educação, Cid Gomes, disse
ontem que colocará em consulta pública, nas próximas semanas, um novo
modelo de realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O novo
formato, que prevê a criação de um banco digital de questões, permitiria
o agendamento online da prova.
O exame, obrigatório para entrar em universidades federais, é aplicado
simultaneamente, em todo o país, e teve 8,7 milhões de inscritos no ano
passado. Cid Gomes destacou que a consulta pública será um
"pré-requisito para pensar em um Enem online, que é ter um grande banco
de questões". No Rio de Janeiro, o ministro visitou o Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia.
"Se tivermos, para cada uma das áreas, cerca de 8 mil perguntas, se
tivermos esse banco de dados, ele pode ficar aberto ao público, é uma
grande fonte de estudo". O ministro disse que a proposta é que o aluno
tenha acesso ao banco de dados para estudar e aprimorar os
conhecimentos. Segundo ele, as questões da prova do Enem seriam
sorteadas pelo sistema online.
"Se a pessoa aprender, com base nesse banco de dados, de 8 mil
questões, ótimo. Se ela for capaz de decorar, sem entender 8 mil
quesitos, é um gênio e merece uma vaga nas melhores instituições de
ensino".
Para ele, outra vantagem é que as provas online seriam exclusivas,
compostas por questões do banco, e não mais um só modelo como é
atualmente. Cid Gomes disse que o novo modelo de prova do Enem inibiria
denúncias de vazamento, como ocorreu na última edição, no Piauí.
Sobre o caso, que foi investigado pela Polícia Federal, o ministro
esclareceu que o tema da redação foi antecipado para cerca de 30 pessoas
de um grupo de rede social privada em telefones celulares, minutos
antes da prova. "Ficou muito claro que essa antecipação, de 15 minutos,
não permitiu benefício para ninguém", disse. "Há de se convir que 15
minutos (de antecipação de tema) não permitem a uma pessoa ter
desempenho melhor (na redação)".
Nota mínima no Fies
Entidades ligadas à educação defendem nota mínima para obter empréstimo pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
A medida foi estipulada no fim de 2014, na gestão do ex-ministro da
Educação, Henrique Paim, e causou polêmica principalmente entre
instituições de educação privada.
Agora, é preciso tirar 450 na média das provas do Enem e não tirar zero
na redação, a mesma média exigida para obter bolsas de estudo em
instituições privadas pelo Programa Universidade para Todos (ProUni).
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