Até o último dia 23 de dezembro, foram realizados 20 transplantes de coração no Ceará. Com o número, o Estado permanece no patamar dos grandes hospitais brasileiros e do mundo em termos de transplantes cardíacos |
Assim como 2013, este foi um ano de muitos transplantes realizados pelo
Estado do Ceará. Até o último dia 23, foram 1.357 procedimentos
realizados, oito a menos que o ano passado (1.365). Mas, como ainda
faltam alguns dias para o término de 2014, a expectativa da Central de
Transplantes do Ceará, órgão vinculado à Secretaria da Saúde do Estado
(Sesa), é superar esta marca. Um dado que chama a atenção é o aumento do
número de pessoas na fila aguardando por um transplante.
A lista de espera ativos da última terça-feira somava 1.060 pessoas,
enquanto em igual período do ano passado eram 774, representando aumento
de 36,9%.
Córnea é o procedimento mais procurado, com 474 pessoas aguardando,
seguido de rim (417), fígado (102), medula óssea autólogo (ainda irá
coletar) (30), pâncreas/rim (13), medula óssea autólogo (ainda irá
coletar medula) (10), coração (9), pulmão (4) e pâncreas isolado (1).
O transplante mais realizado neste ano foi o de córnea. Foram 760
procedimentos ao todo, representando 56% do total. Em seguida estão: rim
- doador falecido (264), fígado (189), medula óssea - autólogo (57),
esclera (26), coração (20), rim - doador vivo (13), pulmão (11), valva
cardíaca (8), rim/pâncreas (5) e medula óssea - alogênico (4).
Eliana Barbosa, coordenadora da Central de Transplantes do Ceará,
avalia que 2014 foi um ano bom e, apesar do Estado ainda não ter
superado 2013 em número de transplantes, está muito próximo disso.
"Graças a solidariedade do povo cearense, muitas pessoas saíram dessa
'fila da agonia'. O nosso balanço do ano é positivo. Alguns
procedimentos ainda estão em andamento, por isso a gente acredita que
vai superar 2013", reforça.
Até o momento, o Ceará superou 2013 em três procedimentos: pulmão,
medula óssea e rim (doador vivo). O de coração, entretanto, que se
destacou em 2013 com 30 procedimentos, neste ano reduziu para 20. O
cardiologista João David de Sousa Neto, coordenador da unidade de
Transplantes Cardíacos do Hospital de Messejana, esclarece que essa
redução se deve ao elevado número de doações negadas e pelo fato de ter
muitos doadores com doenças cardíacas. "Todo paciente que doa temos que
fazer um ecocardiograma para saber se o coração está em bom estado",
explica.
Apesar da redução, João David salienta que, ainda assim, com os 20
procedimentos realizados, o Ceará permanece no patamar dos grandes
hospitais do País e do mundo em termos de transplante do coração. "São
quase dois transplantes por mês, o que é uma média muito alta,
principalmente quando realizado com critérios, fazendo com que esses
pacientes tenham uma boa sobrevida. O mais importante não é o número de
procedimentos, mas a qualidade dos transplantes realizados", frisa.
Para melhorar os índices, o coordenador da unidade destaca que é
preciso ter mais doadores e uma melhor estrutura nas emergências, para
dar maior agilidade ao processo.
Para ser um doador, não é preciso deixar documento por escrito, basta
que a família esteja ciente da vontade da pessoa. Por isso, a
importância de conversar com a família sobre o assunto e comunicar essa
desejo. Só após a constatação de morte encefálica do paciente é que
poderá ser concretizada a doação, que pode ser de mais de um órgão.
Campanha
Muito mais do que um gesto solidário, a doação de órgãos é um ato de
amor que pode salvar várias vidas. Partindo dessa premissa, a Fundação
Edson Queiroz vem realizando, desde o ano de 2003, a campanha Doe de
Coração, que hoje é referência em todo o País. Possui, inclusive,
reconhecimento da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO)
pela sua contribuição com a doação voluntária de órgãos no Ceará.
Luana Lima
Repórter
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