domingo, 28 de dezembro de 2014

Cearense campeã mundial de futsal tem várias propostas, mas ainda não definiu onde jogará no ano que vem

Aos 20 anos, Amandinha já tem no currículo vários títulos, como o penta mundial
Aos 20 anos, Amandinha já tem no currículo vários títulos, como o penta mundial
FOTO: BRUNO GOMES
 
Há um samba popular na MPB no qual um dos versos diz: "com que roupa eu vou..." Só que no caso da nossa personagem, a cearense de Caucaia Amandinha, o verso seria: "com que camisa eu vou em 2015?" A pentacampeã mundial com a seleção brasileira feminina de futsal já tem agendados vários convites de equipes que querem contar com o seu talento e faro de goleadora para a próxima temporada.
Atualmente, jogadora do Barateiro Futsal/SC, Amandinha, que recentemente ajudou a seleção brasileira a conquistar o pentacampeonato mundial, tem inclusive proposta da Nacional Gás/Unifor para mudar de ares.
"Esta proposta já foi feita para mim, mas agora é fim de ano, acabei de chegar a Fortaleza e estou aproveitando a companhia da família, relaxando, para depois pensar nas propostas que recebi", explica Amandinha.
E a autora do gol do penta do Brasil, na vitória de virada por 4 a 3 sobre Portugal no Mundial da Costa Rica, acrescenta que também tem proposta para voltar para o mesmo time, o Barateiro, e para outras equipes de Santa Catarina, além de propostas para jogar no futsal da Europa.
A cearense eleita a melhor jogadora da competição disse que vai pensar um pouco sobre as novas propostas, mas sua prioridade, avisa, é mesmo o Barateiro. "Ainda vou pensar um pouco, e somente Deus sabe o que Ele fará para mim".
Exterior
Porém, Amanda Lyssa de Oliveira Crisóstomo, ou simplesmente Amandinha, vê como positiva uma ida para o exterior.

"O futsal na Europa é extremamente organizado, de igual para igual no masculino e feminino. O esporte lá, é tido como trabalho, os jogadores têm carteira assinada, contratos, o que não ocorre aqui no Brasil".
Amandinha ressalta que na Europa há três ligas e os campeonatos são disputados durante todo o ano. "Aqui no Brasil, nesta temporada 2104, tivemos a Liga Feminina disputada em apenas dez dias. Olha a vergonha!".
E a universitária do curso de Fisioterapia na cidade de Brusque/SC, sede do Barateiro, enfatiza: "está na hora de o Brasil se espelhar um pouco nesses países das ligas europeias. Olha a qualidade que temos no futsal! Por que não podemos ter uma liga semelhante às que são disputadas em países europeus?"
Frustração
Atleta esclarecida, Amandinha, foi pródiga nas críticas à desorganização do futsal no Brasil.
"Neste ano, nem houve a Taça Brasil. Todo ano lutamos pelos estaduais para podermos estar no Brasileiro. Olha a falta de organização, de comprometimento desses dirigentes, a vergonha que está a CBFS (Confederação Brasileira de Futsal). Então, se houvesse um puxão de orelha para começar a organizar melhor as coisas, talvez o Brasil fosse mais competitivo do que já é", completa.
Para ela, a questão de diferenciação de gênero ainda é um desafio. "Claro, porque a gente depende de quem vai administrar. Será que é competente? Vai dar apoio ao futsal feminino? E para o masculino? Os dois serão tratados no mesmo pé de igualdade? Mas a gente não se deixa abater por isso. Somos umas batalhadoras e estamos sempre correndo atrás dos nossos sonhos".
Amandinha esteve na conquista do tetracampeonato, na final ante a Espanha, na casa das rivais, na quarta edição do Mundial, em 2013
Ficha não caiu
"Nunca imaginei que com 20 anos estaria com tantos títulos na bagagem. Mas ainda tenho muito a conquistar. Não parei"
Amandinha
Atleta da seleção brasileira de futsal
Moacir Félix
Repórter

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