Pequenos produtores podem dispor do reconhecimento legal da
propriedade do imóvel rural, o que possibilitará requerer empréstimo
bancário
FOTO: ELLEN FREITAS
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Limoeiro do Norte. Pequenos agricultores deste
município receberam na manhã de ontem o documento de titularidade das
terras onde trabalham. O projeto de regularização fundiária é realizado
pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), em parceria com o
governo federal. No Ceará, já foram entregues nos últimos sete anos mais
de 111 mil títulos e a meta, até o final de 2015, é regularizar toda a
malha rural do Estado.
Só neste município, 1.700 agricultores foram beneficiados. O agricultor
Pedro de Oliveira Bessa, morador do Sítio Bonfim, cultiva milho e
feijão em quatro hectares de terra que ele comprou há 16 anos. Durante
este tempo o agricultor conta que não teve como melhorar a produção por
não ter acesso a financiamentos para agricultores.
"Todo esse tempo a terra não tinha escritura. O único papel que eu
tinha era o contrato de compra e venda que não servia para nada, só pra
plantar pra criação. Na hora de fazer um empréstimo, o banco não
liberava porque a gente não tinha como provar que a terra era nossa",
conta ele, que foi um dos 1.700 agricultores do município beneficiados
com a regularização fundiária. Agora, já tem planos para investir na
agricultura.
"Quero fazer um empréstimo pra compra um motor melhor, para modernizar a
irrigação e algumas cabeças de gado, pra aumentar a produção, agora
tenho como provar que aterra é minha", ressaltou o agricultor.
De acordo com o superintendente do Idace, órgão vinculado a SDA,
Ricardo Durval, o projeto vem para resolver o problema dos posseiros e
trabalhadores rurais que vivem na terra há muito tempo. "Eles já são de
fato donos da terra porque estão lá reconhecidos por todo mundo, o que
eles não tem é o documento para provar de direito que são os
proprietários", afirmou.
Segundo disse, nos últimos sete anos foram entregues mais de 111 mil
títulos. O titular da SDA, Antônio Amorim, informou que os agricultores
recebem o documento sem custos, onde todos os gastos são custeados pelos
governos estadual e federal.
Os agricultores terão somente que pagar para o registro dos documentos
no cartório. "Nós conseguimos um preço muito baixo para realizar o
trabalho que é de R$ 4,55 por hectare georeferenciado. Esse valor é pago
pelos governos e o agricultor recebe o documento sem nenhum custo",
ressaltou. De acordo com Amorim 74% da população rural tem posse de
terras, mas não tem a escritura. "Os que já tem escritura pode fazer a
ratificação em cartório, caso as medições da escritura estejam
diferentes do documento georeferenciado", ressaltou.
Ellen Freitas
Colaboradora
Colaboradora
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