sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Marina perde fôlego nos maiores colégios eleitorais

A economia foi uma questão discutida por Dilma e por Marina. A pessebista disse que o represamento de preços é uma ”irresponsabilidade” 
São Paulo. As mais recentes pesquisas do Ibope sobre a corrida presidencial nos oito maiores Estados do Brasil, que concentram quase 70% do eleitorado nacional, trouxeram más notícias para a campanha de Marina Silva: a candidata do PSB caiu ou oscilou para baixo em todos.
São Paulo é o Estado em que a queda foi das mais expressivas: em duas semanas, a taxa de intenção de votos de Marina passou de 38% para 32%. Em números absolutos, é como se a candidata do PSB tivesse perdido 1,6 milhão de eleitores, ou 115 mil por dia - o cálculo leva em conta o tamanho do eleitorado paulista e a taxa de abstenção verificada há quatro anos.
Apesar do recuo, Marina ainda lidera no maior colégio eleitoral do País. A presidente Dilma, provável adversária da candidata do PSB no segundo turno, ficou estagnada, com 25%, enquanto o terceiro colocado, Aécio Neves (PSDB), subiu quatro pontos percentuais.

Ceará
No Ceará, a queda de Marina foi de seis pontos (de 25% para 19%), mas o intervalo entre as pesquisas da série é maior: três semanas. No Estado, oitavo no ranking do eleitorado, Dilma têm 61% - um de seus três melhores desempenhos no País.
Há um equilíbrio entre as duas adversárias em Pernambuco, Estado onde Marina herdou a maior parte do eleitorado do ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo em agosto, mas que também é um dos principais redutos do PT e terra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma semana, Dilma manteve os 39%, enquanto Marina oscilou para baixo, de 40% para 38%.
Na Bahia, quarto maior eleitorado, Marina tinha 28% das preferências há duas semanas - agora, a taxa passou para 23%. Lá, Dilma oscilou de 50% para 52% e ampliou a vantagem sobre a adversária de 22 para 29 pontos.
A candidata do PSB também perdeu pontos no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul e no Paraná. Na última pesquisa nacional do Ibope, divulgada na terça-feira, a candidata do PSB oscilou de 30% para 29% em uma semana.
Conjunto
A consolidação das pesquisas do Ibope em todas as 27 unidades da Federação resulta em uma amostra nacional de 30 mil entrevistas - que foram devidamente ponderadas de acordo com o tamanho do eleitorado de cada Estado e a respectiva taxa de abstenção na eleição de 2010. Essa amostra expandida aponta Dilma com 37%, Marina com 27% e Aécio com 17%.
Por essa projeção, a candidata do PT terminaria o primeiro turno com 43 milhões de votos, contra 32 milhões da concorrente do PSB e 20 milhões do tucano. Mas, como a evolução das intenções de voto têm mostrado, esses números devem mudar até o dia da eleição. A pesquisa mais antiga entre as 27 unidades foi feita em 1º de setembro, em Sergipe, e as nove mais recentes, na segunda e terça-feira passadas. Foram os casos de sondagens em alguns dos maiores colégios eleitorais: São Paulo, Minas, Rio, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará - além de Santa Catarina e Distrito Federal.
Embate econômico
As questões econômicas dominaram ontem o debate nas candidaturas que aparecem em primeiro e em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.
A presidente Dilma rebateu a tese de que o Brasil precisará passar por um "ajuste fiscal grande" para reequilibrar as contas públicas, defendida por integrantes do grupo que assessora Marina. De acordo com Dilma, a proposta de "choque fiscal" na economia brasileira é "perigosa e extremamente eleitoreira" e Marina apresenta um modelo de política econômica "liberal e conservador".
"Nós não acreditamos em choque fiscal, isso é uma forma incorreta de tratar a questão fiscal no Brasil", disse pouco antes de participar de uma caminhada em Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia.
Já a presidenciável do PSB afirmou que o represamento de preços para segurar a alta da inflação, feito pelo governo Dilma, é uma "irresponsabilidade para o Brasil" e tem que ser resolvido pela própria petista.
Marina afirmou que, se eleita, teria como meta uma inflação de 4,5%. A ex-senadora voltou a criticar a presidente quando foi indagada como atingiria o objetivo. "Uma medida importante não será tomada por mim, será tomada pela sociedade brasileira. Escolher um presidente da república que recupere a credibilidade para que esse país volte a ter investimento", disse.

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