sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Papa destitui bispo por conivência

Pontífice dispensou religioso paraguaio acusado de proteger um padre suspeito de pedofilia, considerando a demissão uma decisão
Pontífice dispensou religioso paraguaio acusado de proteger um padre suspeito de pedofilia, considerando a demissão uma decisão "dolorosa"
Foto: Reuters
Cidade do Vaticano. O papa Francisco destituiu ontem um bispo paraguaio acusado de proteger um padre suspeito de pedofilia, considerando a demissão uma decisão "dolorosa" tomada por "sérias razões pastorais".
Em comunicado divulgado ontem, o Vaticano afirma que a demissão do bispo de Ciudad del Este, Rogelio Livieres Plano, acontece na sequência da visita de uma delegação da Santa Igreja ao Paraguai para investigar um caso que levou à troca de acusações públicas entre líderes do clero do país vizinho.
O bispo Livieres foi publicamente atacado por colegas no Paraguai por promover e defender um padre argentino que tinha sido acusado de abuso sexual. "Esta grave decisão da Santa Igreja foi tomada por sérias razões pastorais e motivada pelo bem maior da unidade da Igreja em Ciudad del Este e na comunidade episcopal do Paraguai", diz o comunicado.

O padre argentino Carlos Urrotigoity era o número dois de Livieres na diocese, apesar de ter sido acusado de molestar menores quando estava numa paróquia no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Caso Wesolowski
A decisão do Vaticano anunciada anteontem de colocar em prisão domiciliar e julgar o ex-núncio na República Dominicana Josef Wesolowski pode acabar com o período em que a igreja protegia os padres pedófilos, afirmou o cardeal Walter Kasper, ligado ao papa Francisco.
"Estamos diante de uma mudança de paradigma. Houve um tempo em que os padres estavam protegidos. Agora, as coisas são vistas pelo lado da vítima", declarou ao jornal Corriere della Sera o cardeal e teólogo alemão.

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