Pontífice dispensou religioso paraguaio acusado de proteger um
padre suspeito de pedofilia, considerando a demissão uma decisão
"dolorosa"
Foto: Reuters
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Cidade do Vaticano. O papa Francisco destituiu ontem
um bispo paraguaio acusado de proteger um padre suspeito de pedofilia,
considerando a demissão uma decisão "dolorosa" tomada por "sérias razões
pastorais".
Em comunicado divulgado ontem, o Vaticano afirma que a demissão do
bispo de Ciudad del Este, Rogelio Livieres Plano, acontece na sequência
da visita de uma delegação da Santa Igreja ao Paraguai para investigar
um caso que levou à troca de acusações públicas entre líderes do clero
do país vizinho.
O bispo Livieres foi publicamente atacado por colegas no Paraguai por
promover e defender um padre argentino que tinha sido acusado de abuso
sexual. "Esta grave decisão da Santa Igreja foi tomada por sérias razões
pastorais e motivada pelo bem maior da unidade da Igreja em Ciudad del
Este e na comunidade episcopal do Paraguai", diz o comunicado.
O padre argentino Carlos Urrotigoity era o número dois de Livieres na
diocese, apesar de ter sido acusado de molestar menores quando estava
numa paróquia no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Caso Wesolowski
A decisão do Vaticano anunciada anteontem de colocar em prisão
domiciliar e julgar o ex-núncio na República Dominicana Josef Wesolowski
pode acabar com o período em que a igreja protegia os padres pedófilos,
afirmou o cardeal Walter Kasper, ligado ao papa Francisco.
"Estamos diante de uma mudança de paradigma. Houve um tempo em que os
padres estavam protegidos. Agora, as coisas são vistas pelo lado da
vítima", declarou ao jornal Corriere della Sera o cardeal e teólogo
alemão.
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