Jac Souza dos Santos manteve por mais de sete horas um refém
dentro de um quarto de hotel em Brasília. Ele se entregou ontem, por
volta das 16h
Foto: ABR
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Brasília. Um ex-secretário municipal do interior do
Tocantins provocou ontem, em Brasília, uma operação policial considerada
sem precedentes por autoridades de segurança pública, com helicópteros e
cerca de 150 homens das Polícias Civil, Militar, Federal e da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin).
Jack Souza dos Santos, de 30 anos, tomou como refém um funcionário do
Hotel Saint Peter, no centro da capital federal. Obrigou a vítima a
vestir um suposto colete bomba e apareceu em uma varanda do 13º andar
mostrando uma pistola.
Quando José Ailton de Sousa, 55, começou seu turno de trabalho no
hotel, às 7h, não imaginava que, em menos de duas horas, seria o único
funcionário dentro do edifício de cerca de 420 quartos, que fica a
poucos quilômetros da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O
sequestrador havia se hospedado na manhã de ontem.
Duração
A ação durou cerca de sete horas. As autoridades trabalharam durante
todo o tempo com a hipótese de a bomba ser verdadeira e o sequestrador
matar a vítima. Após o fim do sequestro, por volta das 16h20, a Polícia
Civil e a Polícia Militar do Distrito Federal analisaram a arma e o
colete-bomba e divulgaram que os dois artefatos eram falsos. A pistola
era de brinquedo e a falsa dinamite era feita com tubos de PVC
preenchidos com terra.
Indiciamento
Após ser preso em flagrante, Santos foi indiciado por sequestro
agravado porque, de acordo com as autoridades, provocou "grave
comprometimento" da vítima, que "achou que ia ser ou alvejada ou
explodida".
O crime, segundo Almeida, é inafiançável e pode ser punido com prisão
de dois a oito anos. O delegado disse que Santos deve responder ao
processo preso em Brasília. Santos foi suplente de vereador pelo Partido
Progressista (PP) na cidade de Combinado, Tocantins. Foi também
secretário municipal de Agricultura até 2012.
Quando o sequestro durava aproximadamente três horas, a Polícia Civil
divulgou que Santos dizia praticar o crime para cobrar a extradição para
a Itália do ex-ativista de esquerda Cesare Batistti, a aplicação
efetiva da Lei da Ficha Limpa e a realização de uma reforma política.
O local escolhido foi o mesmo que ofereceu emprego para o ex-ministro
José Dirceu em 2013, após ele ter sido condenado pelo STF no caso do
mensalão.
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