terça-feira, 30 de setembro de 2014

Em Brasília: Homem mantém refém por 7 horas

Jac Souza dos Santos manteve por mais de sete horas um refém dentro de um quarto de hotel em Brasília. Ele se entregou ontem, por volta das 16h
Jac Souza dos Santos manteve por mais de sete horas um refém dentro de um quarto de hotel em Brasília. Ele se entregou ontem, por volta das 16h
Foto: ABR
Brasília. Um ex-secretário municipal do interior do Tocantins provocou ontem, em Brasília, uma operação policial considerada sem precedentes por autoridades de segurança pública, com helicópteros e cerca de 150 homens das Polícias Civil, Militar, Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Jack Souza dos Santos, de 30 anos, tomou como refém um funcionário do Hotel Saint Peter, no centro da capital federal. Obrigou a vítima a vestir um suposto colete bomba e apareceu em uma varanda do 13º andar mostrando uma pistola.
Quando José Ailton de Sousa, 55, começou seu turno de trabalho no hotel, às 7h, não imaginava que, em menos de duas horas, seria o único funcionário dentro do edifício de cerca de 420 quartos, que fica a poucos quilômetros da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O sequestrador havia se hospedado na manhã de ontem.

Duração
A ação durou cerca de sete horas. As autoridades trabalharam durante todo o tempo com a hipótese de a bomba ser verdadeira e o sequestrador matar a vítima. Após o fim do sequestro, por volta das 16h20, a Polícia Civil e a Polícia Militar do Distrito Federal analisaram a arma e o colete-bomba e divulgaram que os dois artefatos eram falsos. A pistola era de brinquedo e a falsa dinamite era feita com tubos de PVC preenchidos com terra.
Indiciamento
Após ser preso em flagrante, Santos foi indiciado por sequestro agravado porque, de acordo com as autoridades, provocou "grave comprometimento" da vítima, que "achou que ia ser ou alvejada ou explodida".
O crime, segundo Almeida, é inafiançável e pode ser punido com prisão de dois a oito anos. O delegado disse que Santos deve responder ao processo preso em Brasília. Santos foi suplente de vereador pelo Partido Progressista (PP) na cidade de Combinado, Tocantins. Foi também secretário municipal de Agricultura até 2012.
Quando o sequestro durava aproximadamente três horas, a Polícia Civil divulgou que Santos dizia praticar o crime para cobrar a extradição para a Itália do ex-ativista de esquerda Cesare Batistti, a aplicação efetiva da Lei da Ficha Limpa e a realização de uma reforma política.
O local escolhido foi o mesmo que ofereceu emprego para o ex-ministro José Dirceu em 2013, após ele ter sido condenado pelo STF no caso do mensalão.

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