O medo da mamografia e do próprio câncer de mama é um dos
obstáculos para o diagnóstico precoce da doença. A campanha Outubro
Rosa, que começa amanhã, tem o objetivo de incentivar as mulheres a
fazer o exame
Fotos: Alex Costa
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Em 2014, a expectativa é que 2.068 mulheres sejam diagnosticadas com
câncer de mama. Um número que, segundo o presidente do Comitê Estadual
do Controle do Câncer, Luiz Porto, cresce 5% em relação ao do ano
passado e é responsável por colocar a doença no topo do ranking de
incidência em mulheres. Mais de 50% dos casos são descobertos em estado
avançado, o que diminui as possibilidades de cura e sobrevida.
O medo, tanto da mamografia quanto do tratamento e até mesmo da próprio
câncer, é o grande vilão. "No Ceará, a mamografia foi ampliada.
Conseguimos novos mamógrafos, o que por muito tempo foi um problema.
Agora, o que falta é a mulher vir fazer o exame. Fazemos 300 mil
mamografias anuais, um número baixo. Mas as mulheres têm medo de
descobrir o câncer", relata Luiz Porto. Com esse cenário, a campanha
mundial Outubro Rosa, que começa amanhã, tem o objetivo de alertar e
incentivar as mulheres para o exame das mamas.
Conforme Lilian Beltrão, secretária-adjunta da Secretaria da Saúde do
Estado (Sesa), o Ceará recebeu seis equipamentos de radioterapia que
irão suprir o déficit para o tratamento. O próximo ponto para melhorar o
tratamento é resolver as cirurgias oncológicas, que ainda são
insuficientes. "Em relação aos mamógrafos, temos quase 60 no SUS. Eles
estão ociosos porque as mulheres não vão fazer os exames. O que
precisamos é estimular as unidades cadastradas a fazerem cirurgias
oncológicas. Elas estão fazendo menos que o estabelecido", prometeu.
Quem já recebeu o diagnóstico e venceu o câncer de mama, como a dona de
casa Maria Helena Dias, 64, sabe que informação é uma grande aliada.
Aos 57 anos, ela descobriu o primeiro câncer - ainda em estágio inicial
porque fazia regularmente os exames de prevenção. "Para mim, não houve
dificuldade. Consegui ser bem atendida e fiz todo o tratamento pelo SUS.
Mas sempre fiz exames periódicos, que me ajudaram a descobrir cedo",
comenta.
Na última edição do Outubro Rosa, Erlene Barbosa, 44, descobriu o
câncer de mama. "Vi as ações do Outubro Rosa e resolvi fazer o exame.
Recebi o diagnóstico em outubro e em janeiro já tinha feito a
mastectomia. Descobri o câncer um mês antes de saber que seria avó.
Minha neta foi um estímulo a mais para lutar", emociona-se.
A partir de amanhã, várias ações acontecerão com o objetivo de colocar o
câncer de mama em foco. O início da campanha Outubro Rosa será marcado
pela Iluminação Rosa que será projetada no prédio do Hospital Haroldo
Juaçaba (HHJ), mantido pelo Instituto do Câncer do Ceará (ICC). Blitze
informativas acontecerão durante todo o mês no ICC, além de um workshop.
Mobilização
O evento de maior destaque, promovido pela Rede Mama, durante o mês é a
VI Caminhada Rosa, que acontece no dia 19, às 7h, na Beira-Mar. A
expectativa é reunir 5 mil pessoas.
No dia 28, haverá a tradicional bicicletada, que sairá do Fórum Clóvis
Beviláqua, e reunirá cerca de 300 ciclistas. "O objetivo é incentivar a
atividade física como fator preponderante para evitar o aparecimento do
câncer", ressalta Nilda. O Piquenique Rosa, no dia 11, será no Passeio
Público, às 8h, com a banda Damas Cortejam. Palestras acontecerão
durante o mês.
No Brasil, a mamografia bienal para mulheres entre 50 a 69 anos e o
exame clínico das mamas anualmente a partir dos 40 anos é a estratégia
recomendada para a detecção precoce do câncer de mama em mulheres com
risco padrão. Para as mulheres de grupos considerados de risco elevado
(com história familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau),
recomenda-se o exame clínico da mama e a mamografia, anualmente, a
partir de 35 anos.
Programação
1/10
Iluminação Rosa projetada no prédio do Hospital Haroldo Juaçaba
11/10
Piquenique Rosa no Passeio Público
19/10
Caminhada Rosa na Beira-Mar
28/10
Biciletada Rosa
Karine Zaranza
Repórter
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