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Os presidentes da Câmara e do Senado, Henrique Alves e Renan
Calheiros (à direita). O recesso branco não trará corte de vencimentos Foto: Agência Brasil
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Brasília. O Senado vai decretar "recesso branco" a
partir de amanhã, sem realizar votações em julho, mesmo com a
determinação da Constituição Federal para que mantenha as suas
atividades. Com o apoio de todas as bancadas, um esvaziado plenário da
Câmara dos Deputados aprovou na tarde de ontem o início das férias dos
deputados, que só voltam ao ritmo normal de votações após as eleições,
no mês de outubro.
Pela legislação, o Congresso Nacional não pode paralisar as atividades
em julho se a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não for votada até o
dia 17. A Constituição proíbe que deputados federais e senadores entrem
em recesso caso não cumpram essa tarefa.
Como não há previsão de análise da LDO dentro do prazo legal, a
estratégia no Senado será adotar o recesso informal, liberando
congressistas para campanhas eleitorais nos Estados. Haverá sessões
plenárias somente para discursos dos senadores, mas sem nenhuma votação -
o que na prática acaba configurando o recesso.
Só há cortes nos salários dos congressistas quando há sessões
deliberativas, com votações, o que não ocorrerá pelo menos até a
primeira semana de agosto. A Câmara aprovou decreto institucionalizando o
recesso, mas o Senado não vai adotar isso, mantendo as sessões de
discursos.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nega a existência do
recesso, mas admite que, na prática, não haverá votações. "Não há
recesso branco porque o Congresso continuará funcionando. Vamos é
compatibilizar o funcionamento do Congresso com a realização das
eleições. O que não haverá é ordem do dia", disse o senador.
O "recesso branco" faz com que senadores trabalhem só quatro dias entre
julho e outubro. Ninguém terá redução salarial porque só há cortes para
os que se ausentam de votações, que não vão ocorrer no período - apenas
ontem e hoje e nos dias 5 e 6 de agosto (datas convocadas pelo
presidente do Senado). Depois, a expectativa é que não haja mais
atividades no Congresso até as eleições.
Renan disse que o Legislativo não deve realizar votações em período
eleitoral porque isso pode levar o país a uma "zona cinzenta", com a
aprovação de matérias polêmicas.
Câmara
A Câmara aprovou um requerimento, assinado pelos líderes de todas as
bancadas, determinando que não haja sessões de votação até o dia 31. O
recesso, caso a LDO tivesse sido aprovada, iria de 18 a 31 de julho. Em
agosto e setembro, a Câmara continuará praticamente sem trabalho, já que
a maioria dos deputados estará em campanha.
Apesar de estarem longe de Brasília, os 513 deputados receberão
normalmente os salários de R$ 26,7 mil e demais verbas vinculadas ao
mandato.

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