Fausto Macedo
O Tribunal de Justiça do Mato Grosso decretou nesta segunda feira,
19, abertura de Processo Administrativo Disciplinar e o afastamento do
juiz Ariel Rocha Soares, da comarca de Tabaporã, por “condutas
impróprias”. Segundo denúncia levada à Corte, o magistrado era flagrado
constantemente tomando cerveja no fórum.
O magistrado dava expediente acompanhado de sua cadela, que avançava
em testemunhas e servidores. Também era visto fazendo manobras
arriscadas, tipo cavalo de pau, com seu veículo no estacionamento do
fórum.
Soares teria assediado até uma promotora de Justiça da cidade, para
quem mandava mensagens pelo celular de madrugada. Ariel Soares é
acusado de faltar seguidas vezes ao trabalho.
A denúncia revela que o magistrado compareceu a um festival trajado apenas de cuecas.
Odara, a cadela do juiz, fazia necessidades em plena sala de
audiências, segundo a denúncia – e servidores eram convocados para
limpar o ambiente. Vez ou outra, Odara mordia quem se aproximasse do
homem da capa preta.
Em seu voto, o corregedor destacou que a cachorra do juiz Ariel
Soares, “conforme testemunhas, fazia necessidades fisiológicas na sala
de audiência, pulava nas testemunhas e mordia as pessoas que estavam no
local”. “Além disso, funcionários do Fórum tinham que limpar as fezes do
animal.”
Sindicância. A ordem de afastamento de Ariel Soares
foi tomada pelo órgão pleno do TJ/MT com base em sindicância relatada
pelo corregedor-geral da Corte, desembargador Sebastião de Moraes Filho,
revelou o site “Isso é Notícia”. O TJ -MT confirmou as sanções impostas
ao magistrado.
O processo disciplinar contra Ariel Soares será conduzido pela desembargadora Maria Erotildes Kneip.
Tabaporã é um pequeno município de 10 mil habitantes localizado a
cerca de 400 quilômetros de Cuiabá, ao norte do Mato Grosso, na floresta
amazônica.
Ariel Soares ingressou há pouco menos de dois anos na magistratura do
Mato Grosso. Para evitar seu vitaliciamento – ou seja, efetivação no
cargo – o corregedor propôs abertura do processo administrativo.
Se alcançar o vitaliciamento o juiz ganhará as prerrogativas
excepcionais da toga, como inamovibilidade e irredutibilidade de
vencimentos.
Dor. Ao propor o afastamento de Ariel Soares, o
corregedor-geral de Justiça do Mato Grosso, desembargador Sebastião de
Moraes Filho, declarou, segundo informou o site “Isso é Notícia”, que
não é um “caçador de bruxas”.
“Voto pela instauração de processo administrativo disciplinar,
visando a decretação da perda do cargo, suspensão do prazo de
vitaliciamento. Proponho, ainda, até com dor no coração, mas dever de
ofício é deve de ofício, o afastamento do juiz até o término do processo
administrativo.”
O caso chegou ao Tribunal de Justiça do Mato Grosso por meio de uma
promotora do Ministério Público do Estado. Ela denunciou que o
magistrado a assediava.
Estado tentou localizar o juiz Ariel Soares, por meio da assessoria de imprensa do TJ/MT, mas ele não deu retorno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário