domingo, 18 de maio de 2014

Presidente cobra lei para teto de gastos com campanhas

CARLOS HUMBERTO/STF
Sobre impugnações , magistrado defende sigilo no processo

Novo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro José Antonio Dias Toffoli cobrou do Congresso, ontem, o estabelecimento de uma norma impondo teto de gastos para as campanhas eleitorais.

De acordo com ele, a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que proíbe a doação de empresas para as campanhas não deve ter efeito sobre as eleições deste ano. Já há maioria formada na corte, mas o ministro Gilmar Mendes pediu vista do processo, retardando a formalização da decisão.

Ele afirmou que o Congresso pode contornar a situação ao cumprir o que determina a Constituição e estabelecer nos próximos dias um teto para os gastos. Pela lei, se o Congresso não fixar um limite até 10 de junho, os partidos podem gastar quanto quiserem.

O ministro afirmou que procurou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que prometeram avançar com o debate no Legislativo. “Há uma possibilidade, tenho esperança que o Congresso aprove a lei estabelecendo o teto”.

No Supremo, Toffoli votou pelo veto às doações de empresas a candidatos, mas ele disse que isso não impede o “caixa 2”.

“O Caixa 2 não pode existir, é ilícito. Ma o fato de impedir doação de empresas não impede o caixa 2. O que tem que ter é o teto de gastos. Tendo controle das doações, tem como aferir se realmente aquela candidatura gastou dentro”, disse.

Apesar das notícias sobre irregularidades nos gastos de fundo partidário, o ministro afirmou que o TSE e o Congresso estão atuando para garantir maior controle e eficácia na fiscalização das prestações de contas.

O presidente do tribunal reforçou que, em seu entendimento, não há limitação na resolução do TSE que obriga o Ministério Público a obter autorização judicial para investigar crimes eleitorais. A norma deve ser discutida pelo STF na próxima quarta-feira.

Ele disse que o MP é parcial e que a Justiça é a quem cabe à imparcialidade. “Não há limitação da investigação. O que é necessário é que a investigação tenha capa, existência, se não, é algo que está na gaveta, algo que não tem transparência e que será usado quando quiserem.

“Quando tem a submissão ao Judiciário, há necessidade de investigar. Ninguém pode jogar na lata do lixo sem fundamentação. É transparência”, disse. (da Folhapress)

Saiba mais

Toffoli defendeu também que os processos de cassação de mandatos na Justiça Eleitoral ocorram sob sigilo. Ele ressaltou, entretanto, que isso não faz parte da sua plataforma no comando do TSE.

O presidente afirmou que sua posição leva em conta o que determina a Constituição, estabelecendo que “ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça”, para processos depois que já houve a posse.

Para o ministro, a publicidade pode gerar instabilidade na administração do município. Para ele, essa é uma questão mais acadêmica.

O magistrado argumentou ainda que a tese do sigilo visa à proteção do cidadão, dada a instabilidade da gestão em caso de cassação.

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