Em almoço, deputados discutiram as possibilidades eleitorais
no Ceará
Foto: NATINHO RODRIGUES
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O presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Albuquerque
(PROS), disse, ontem, a um grupo de deputados que Cid Gomes permanecerá
no Governo do Estado até o último dia do mandato, já que o irmão do
governador, Ciro Gomes, não pretende disputar uma vaga no Senado
Federal. A declaração foi feita durante um almoço, com pouco mais de dez
deputados, realizado em um restaurante da Avenida Beira-Mar, após a
sessão ordinária da quinta-feira.
A reunião, a segunda realizada nesta semana (a primeira foi na última
segunda-feira), que tinha o objetivo de discutir as principais demandas
internas da Assembleia Legislativa durante o ano, se transformou num
debate sobre o cenário eleitoral que envolve a sucessão do Governo do
Estado. A imprensa não foi autorizada a acompanhar o encontro, mas
segundo o vice-presidente do Legislativo estadual, deputado Tin Gomes
(PHS), ele faz parte de uma série que a Mesa Diretora tem organizado
para reunir todos os deputados para conversar, principalmente, sobre os
assuntos da Casa.
"Como nós estamos nesse período pré-eleitoral, as dúvidas sobre como se
dará esse processo dominou a discussão. Mas esse é um almoço de rotina
que a Assembleia sempre faz. Geralmente, o encontro era realizado com
todos os 46 parlamentares, mas a gente preferiu dividir em grupos de
10", declarou, acrescentando que, na próxima semana, acontecerão mais
dois almoços.
O presidente da Assembleia, deputado José Albuquerque, alegou que, em
todo encontro político, é natural que os parlamentares queiram tirar
todas as dúvidas sobre o processo eleitoral e, por isso, fez questão de
explicar a posição do governador aos demais deputados aliados.
Pergunta
"Esse tipo de pergunta surge toda hora. Basta o jornal colocar uma
manchete para levantar os questionamentos dos parlamentares, mas relatei
a eles o que eu tenho de conhecimento. O governador não vai renunciar,
se o Ciro não tiver o desejo de se candidatar ao Senado. Como o Ciro já
declarou que não quer, o governador vai ficar", disse.
A declaração de Zezinho Albuquerque não animou, no entanto, o deputado
Dedé Teixeira (PT), que também participou do almoço. O petista ressaltou
que a afirmação do presidente da Assembleia foi só uma percepção dele
sobre o processo e alertou para a dinâmica política.
"O Zezinho fez questão de esclarecer essas dúvidas dos deputados, até
porque eles mesmos são perguntados. Em qualquer roda política, surge
essa pergunta, mas essa é somente a percepção dele. A gente sabe que, na
política, não pode dizer nada com toda certeza", frisou, mostrando-se
preocupado que a renúncia de Cid prejudique o projeto petista para o
pleito deste ano.
Já o deputado Paulo Facó (PTdoB) revelou que, no almoço, muitos
deputados perguntaram ao presidente da Assembleia quem será o candidato
indicado pelo governador, mas destacou que ele fugiu da pergunta, embora
tenha dado a entender que será um nome do PROS.
"Zezinho não quis responder. Ele só disse que tem muitos candidatos
bons, como o Mauro Filho, Izolda Cela, mas o que a conversa deixou a
entender é que o candidato vai ser do PROS. Nesse encontro, percebi que
nós temos as mesmas dúvidas da população", compara.
José Albuquerque disse ter assegurado aos deputados que nenhum nome foi
definido. "Os deputados não perguntam se eu sou ou não o candidato. O
que eles querem saber é quem é o candidato. Querem saber se o governador
vai sair, se o Ciro vai ser candidato a senador. Os deputados querem
essa informação. Sobre os nomes, nós ainda temos que discutir com os
demais partidos aliados, porque essa coligação é muito ampla", pontuou.
Recesso
O almoço também coletou a opinião dos deputados sobre o recesso
motivado pelo período eleitoral. Para Tin Gomes, os parlamentares têm
divergido sobre o assunto. "Alguns deputados defendem o recesso branco,
porque muitos precisarão viajar muito para o Interior. Já os que usam
muito a tribuna querem que a Assembleia não pare. O consenso é que vamos
ter uma reunião com o colégio de líderes para tomarmos uma decisão no
futuro", antecipou.
Tin Gomes informou que a Mesa Diretora esclareceu que os parlamentares
precisarão, no período eleitoral, evitar que as movimentações do pleito
interfiram no uso da tribuna. "Por exemplo, eu e o deputado Carlomano
Marques disputamos o colégio eleitoral de Santa Quitéria. Nenhum de nós
pode trazer nossa disputa nesse município para o debate no plenário",
alerta.
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