sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Carnaval pode ser com chuvas reduzidas segundo prevê Funceme

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Em Juazeiro, algumas ruas ficaram alagadas com as precipitações de ontem
FOTO: CHINÊS/ AG. MISÉRIA
Um veranico foi observado nos últimos dias em algumas regiões do Estado, mas ontem voltou a chover
Iguatu. No início do Carnaval, no Ceará, poderão ocorrer chuvas isoladas durante a madrugada e na manhã deste sábado, com maior probabilidade de ocorrência na Região Litorânea do Estado. Essa é a previsão da Fundação Cearense de Meteorologia de Recursos Hídricos (Funceme), que divulga hoje previsão para todo o período carnavalesco. A tendência atual é de um Carnaval com reduzidas chuvas.
A Funceme registrou ontem chuvas em 29 municípios. A maior precipitação ocorreu no Cariri, em Missão Velha (78mm), seguida de Barbalha (71mm) e Santana do Cariri (44). Choveu no Crato (42mm) e em Juazeiro do Norte (36mm). Nesta semana, houve uma redução nos índices pluviométricos e no número de municípios.

Mesmo sem ser generalizado, pois ocorreram precipitações isoladas, o Estado enfrenta um veranico na maioria das regiões. Nesse período, o Sul do Ceará foi a região mais beneficiada e para hoje, a Funceme mantém a previsão de chuvas ocasionais durante a madrugada e manhã.
O ramo da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal sistema causador de chuvas no Estado, afastou-se, provocando uma redução na ocorrência de precipitações. "O posicionamento desfavorável do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) sobre parte do Ceará e o distanciamento da Zona de Convergência Intertropical provocou uma redução das chuvas", explica a meteorologista da Funceme, Cláudia Rickes.
Prejuízos
A chuva que caiu durante a madrugada e parte da manhã de ontem em Juazeiro do Norte voltou a ocasionar prejuízos e aborrecimentos a moradores de diversos bairros da cidade. Semáforos deixaram de funcionar prejudicando o fluxo normal de veículos nas principais ruas. Em alguns pontos da Avenida Castelo Branco, uma das mais movimentadas, e Avenida Tenente Sales, no bairro Novo Juazeiro, não houve condição de trafegabilidade. Além das enormes poças que foram formadas com as águas que retornaram dos bueiros entupidos. Os buracos nas pistas de rolamento ficaram escondidos pelas águas, ocasionando receio aos motoristas.
No bairro Pio XXII moradores também estão preocupados com a possibilidade da continuidade das chuvas. Na Avenida José Bezerra, principal acesso ao bairro, além da existência de inúmeros buracos, a via acabou sendo coberta por lixo e grande quantidade de pedras que foram arrastadas pela força das águas.
No bairro Timbaúbas também houve registro de prejuízos ocasionados pela chuva. No Centro da cidade, o trânsito permaneceu lento durante quase toda a manhã. Motoristas também enfrentaram dificuldades nas Avenidas Padre Cícero, Leão Sampaio e Carlos Cruz. Na Avenida Aílton Gomes, o trânsito praticamente ficou paralisado por cerca de 30 minutos devido à quebra de um semáforo.
A ocorrência de veranico, mesmo parcial, aumenta a preocupação dos produtores rurais. O temor é de ocorrência de um terceiro ano consecutivo de estiagem. Além do medo de frustração de safra, há o risco de colapso no sistema de abastecimento de centros urbanos e de vilas rurais.
"Os agricultores não estão plantando, em sua maioria, temendo uma nova seca e a perda da lavoura", disse a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Natália Feitosa. "Infelizmente, o quadro já é de desesperança".
Média histórica
De acordo com a Funceme, em janeiro deste ano, choveu em média, no Ceará, somente 46,7mm. Para o primeiro mês do ano, a média histórica é de 98,7mm. Nas três primeiras semanas de fevereiro, as precipitações apresentam déficit de 21%. Esse quadro de poucas chuvas torna-se ainda mais grave pelo fato de o Estado registrar, desde 2012, uma das piores estiagens dos últimos 50 anos.
Na segunda-feira passada, a Funceme divulgou segunda previsão climática pra os meses de março, abril e maio. As análises meteorológicas não foram animadoras, mesmo apresentando uma tendência de leve melhora em relação ao primeiro prognóstico feito em janeiro passado.
Para o trimestre, março, abril e maio há probabilidade das chuvas ficarem acima da média (20%), dentro da média (40%) e abaixo da média (40%).
"O quadro se mantém bastante preocupante. Houve uma melhora discreta em relação ao que mostramos no fim de janeiro, mas devemos nos preparar para um ano de poucas chuvas, principalmente por estarmos com níveis críticos na maior parte dos açudes monitorados pela Cogerh", alertou o presidente da Funceme, Eduardo Sávio.
Os modelos atmosféricos mostram tendências variadas em relação às diversas regiões do Ceará. "Na parte Noroeste, que engloba a região da Ibiapaba, faixa litorânea e um pouco do Centro-Norte, os modelos preveem o acumulado de precipitações em torno da média até maio", frisou Eduardo Sávio.
Honório Barbosa
Roberto Crispim

Repórter/ colaborador
Mais informações

Fundação Cearense de Meteorologia do Ceará
Telefone: (85) 3101.1117
Cogerh
Telefone: (85)3218.7020

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