sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

AL indica Patrícia Saboya para cargo de conselheira do TCE


AL_TCE
Patrícia foi à Mesa Diretora agradecer ao presidente da Casa,
Foto: José Leomar
Depois de passar pela Câmara Municipal de Fortaleza, Senado Federal e Assembleia, ela agora é vitalícia
A indicação da deputada Patrícia Saboya (PDT) para assumir uma das vagas de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) foi aprovada pelo plenário da Assembleia Legislativa, ontem, em votação secreta. Os 35 parlamentares presentes à sessão foram favoráveis à escolha. O governador Cid Gomes ainda terá que assinar o ato de nomeação e ela renunciará ao mandato, devendo substituí-la na Assembleia o suplente Adail Carneiro, hoje filiado ao PHS.
Apesar da votação expressiva, Saboya não obteve nenhum voto de seus companheiros de partido, pois estes não estavam na sessão no momento da votação. O deputado Heitor Férrer antecipou o Carnaval e viajou na quarta-feira para o Recife, o deputado Delegado Cavalcante está viajando há dias e se desculpou com a deputada, e Ferreira Aragão não estava no plenário no momento da votação.

Patrícia também não contou os votos de duas das suas colegas mulheres. A deputada Fernanda Pessoa (PR) que havia se recusado a assinar a indicação do nome de Patrícia, não foi à Assembleia, e Eliane Novais (PSB), embora tenha sido a terceira na lista de apoiadores do nome de Patrícia, também não foi a plenário. A informação dada à presidência da Assembleia é que ela estava viajando.
Apoiamento
Praticamente todos os integrantes do plenário da Casa Legislativa estiveram presente, na manhã de ontem, na Sala das Comissões, quando da reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) quando a deputada deveria ser sabatinada. A sessão, porém, foi transformada em louvação e praticamente nenhum questionamento a ela foi feito sobre as novas atividades que desenvolverá, a partir do próximo mês, no Tribunal de Contas.
A pedetista conseguiu colher 43 assinaturas dos 45 parlamentares aptos a votar. Somente Fernanda Pessoa (PR) e Delegado Cavalcante, líder do partido da parlamentar, não assinaram sua indicação. Cavalcante justificou que estava em viagem, já a republicana disse que não estaria presente à sessão de ontem, por isso não poderia assinar.
Durante a sessão em que Patrícia deveria ser sabatinada, realizada na manhã de ontem, as deputadas Mirian Sobreira (PROS) e Inês Arruda (PMDB) e o deputado Manoel Duca (PROS) não estiveram presentes ao encontro. Às 9h36 o painel eletrônico do plenário registrava a presença de 19 parlamentares na Casa, mas a sessão ordinária de ontem não foi aberta no horário regimental exatamente pelo fato de os deputados estarem acompanhando a reunião da comissão de Constituição e Justiça.
Presentes
De acordo com o Regimento Interno da Assembleia, a plenária deveria ter iniciado às 9h20, mas devido a excepcionalidade, iniciou-se somente às 9h38. Mirian Sobreira e Ely Aguiar (PSDC), que são membros da comissão, estavam na Assembleia mas não votaram. Sobreira explicou que estava ocupada com a leitura do pronunciamento que iria fazer logo em seguida, e Aguiar foi representado por Júlio César Filho (PTN), que é suplente do colegiado.
No momento da votação, em plenário, feita em regime secreto, os 35 parlamentares presentes aprovaram a indicação de Saboya. Mesmo estando presentes na Casa, os deputados Antônio Granja (PROS) e Hermínio Resende (PROS) não participaram da votação. Os pedetista Heitor Férrer, Delegado Cavalcante e Ferreira Aragão também não compareceram para prestigiar a colega, Fernando Hugo desculpou-se com ela e viajou pouco antes da votação.
Aragão, porém, fez uso da palavra, logo após a votação, em nome do partido, para parabenizar Patrícia Saboya pela indicação. Ele chegou no momento da justificativa de voto e sequer registrou a presença no painel eletrônico. Ao anunciar o resultado da votação, o deputado José Albuquerque trocou o nome do governador Cid Gomes (PROS), pelo do ex-marido de Patrícia, o secretário de Saúde do Estado, Ciro Gomes.
Durante sua fala de agradecimento, a parlamentar chegou a chorar ao lembrar de seu avô, ex-senador Plínio Pompeu de Saboya Magalhães, que é para ela a principal representação política e pessoal que tem. Um momento de sua carreira pública que ainda é lembrado com amargura pela pedetista foi a derrota para a Prefeitura de Fortaleza. "Busquei ser prefeita de Fortaleza, mas infelizmente não consegui. Às vezes o destino prega peças que a gente não entende. Fiquei triste e decepcionada", lamentou Saboya, ressaltando logo em seguida, que foi eleita a primeira mulher senadora do Ceará.
Ela disse ainda que será "implacável" com qualquer tipo de malversação e que não é porque faz parte do circulo de amizades do governador Cid Gomes que agirá de forma diferente com ele. "Não se preocupem aqueles que tem a preocupação da minha amizade com o governador Cid. Ele termina o mandato no fim deste ano. A mesma postura que tive nos últimos vinte anos de mandato, eu terei como conselheira do TCE", afirmou.
Postura
Patrícia Saboya também se desculpou com alguns deputados que ela tenha magoada "de forma ríspida ou grosseira", e disse que o fez sem qualquer má intenção. Com a deputada Fernanda Pessoa ela foi ríspida, no momento em que foi agredida através de mídias sociais, cujas agressões foram atribuídas a pessoas do partido de Fernanda.
Praticamente, todos os parlamentares presentes fizeram elogios à deputada. Rachel Marques (PT), Carlomano Marques (PMDB), Osmar Baquit (PSD), José Sarto (PROS), Sergio Aguiar (PROS), Mauro Filho (PROS), Gony Arruda (PSD) e Welington Landim (PROS) lamentaram a partida da pedetista da Assembleia, mas comemoraram o fato de ela estar indo para o Tribunal de Contas do Estado.
Alguns parlamentares não compareceram à sessão especial de ontem que escolheu Saboya como conselheira. Foram eles: Delegado Cavalcante, Heitor Férrer, João Jaime (DEM), Eliane Novais (PSB), Fernanda Pessoa (PR), Neto Nunes (PMDB) e Fernando Hugo (SDD). Os comentários mais críticas eram quanto à ausência de Heitor Férrer que, antecipou o Carnaval em Recife, segundo alguns, para não ter que votar em Patrícia.
Patrícia procurou falar pessoalmente com todos os deputados, ontem. Falou com o deputado Antônio Carlos (PT) que estava ausente da Assembleia e ele garantiu que iria chegar à tempo de votar e foi. Antônio Carlos é o único petista ligado à ex-prefeita Luizianne Lins, adversária de Patrícia e do seu ex-marido.

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