Os parlamentares de primeiro mandato na Câmara Municipal estão insatisfeitos com a limitação de seu papel
As limitações impostas pelo processo legislativo da Câmara Municipal de Fortaleza foram sentidas pela maioria dos 17 vereadores que estão no primeiro mandato, revelando a decepção de quem esperavam encontrar, na Casa, mais autonomia e liberdade na proposição de projetos para a Capital.
O vereador John Monteiro reclama dos vetos do prefeito Roberto Cláudio aos projetos de sua autoria e diz que vai tentar uma vaga na Assembleia Foto: JL ROSA
O vereador John Monteiro (PTdoB) diz estar decepcionado com a atividade parlamentar e lamenta que a maioria dos projetos dos parlamentares não são sancionados pelo prefeito Roberto Cláudio. "Entramos na Câmara achando que podíamos mudar tudo o que queríamos, mas vimos, com o tempo, que não era bem assim", reclama.
John Monteiro afirma não entender o motivo para essa dificuldade, ao ressaltar que matérias de teor semelhante às apresentadas por ele foram sancionadas pela ex-prefeita Luizianne Lins. "Apresentei um projeto para pedir a criação do Polo Gastronômico da Cidade 2000 e do Mucuripe, mas o prefeito vetou. Mas na gestão passada, a ex-prefeita sancionou um projeto de Lei para criar o Polo da Varjota sem alegar nenhum tipo de inconstitucionalidade. Não é a mesma coisa? Então, por que o meu foi rejeitado?", questiona.
As limitações impostas pelo processo legislativo da Câmara Municipal de Fortaleza foram sentidas pela maioria dos 17 vereadores que estão no primeiro mandato, revelando a decepção de quem esperavam encontrar, na Casa, mais autonomia e liberdade na proposição de projetos para a Capital.
O vereador John Monteiro reclama dos vetos do prefeito Roberto Cláudio aos projetos de sua autoria e diz que vai tentar uma vaga na Assembleia Foto: JL ROSA
O vereador John Monteiro (PTdoB) diz estar decepcionado com a atividade parlamentar e lamenta que a maioria dos projetos dos parlamentares não são sancionados pelo prefeito Roberto Cláudio. "Entramos na Câmara achando que podíamos mudar tudo o que queríamos, mas vimos, com o tempo, que não era bem assim", reclama.
John Monteiro afirma não entender o motivo para essa dificuldade, ao ressaltar que matérias de teor semelhante às apresentadas por ele foram sancionadas pela ex-prefeita Luizianne Lins. "Apresentei um projeto para pedir a criação do Polo Gastronômico da Cidade 2000 e do Mucuripe, mas o prefeito vetou. Mas na gestão passada, a ex-prefeita sancionou um projeto de Lei para criar o Polo da Varjota sem alegar nenhum tipo de inconstitucionalidade. Não é a mesma coisa? Então, por que o meu foi rejeitado?", questiona.
Apesar da decepção com o Legislativo, o vereador adianta que pretende se candidatar a deputado estadual nas eleições deste ano. "Estou pensando em lançar minha candidatura para ver se a Assembleia é diferente. Hoje, sou muito mais feliz quando estou na comunidade resolvendo interesses particulares do povo, porque, em termos de legislar, não estou feliz", enfatiza.
Custos
O vereador Capitão Wagner (PR) aponta que o papel do parlamentar na Câmara Municipal é muito restrito e limita sua atuação no primeiro ano da Casa. "A maior dificuldade que senti foi em relação ao fato da legislação não permitir a aprovação de projetos que resultem em custos para o Poder Executivo. Isso limita demais", avaliou. O parlamentar alegou que sua experiência na Assembleia Legislativa, como suplente, ajudou a evitar surpresas na Câmara, mas esperava menos dificuldades.
Para o vereador Eulógio Neto (PSC), a maior dificuldade foi conciliar a atuação no plenário com o tempo destinado às atividades das comissões em que participou, mas a maior surpresa foi presenciar uma quantidade excessiva de bate-bocas desrespeitosos entre os vereadores.
"O espaço da Câmara não é para se discutir interesses particulares, mas isso foi bem comum. Em alguns momentos, foi até constrangedor ver alguns vereadores trocarem palavras de baixo calão durante as sessões plenárias", apontou.
Em um dos últimos pronunciamentos do ano, o vereador Fábio Braga (PTN) comentou a desconfiança dos demais parlamentares em relação à atuação dos vereadores de primeiro mandato. Na época, ele era o relator do novo Código Tributário e acusou a bancada petista de querer diminuir a capacidade dele.
"Podem fazer ponderações quanto ao tempo, mas não venham diminuir a capacidade de um vereador em emitir um parecer. Já no final do primeiro ano, venho requisitar o respeito dos meus colegas. Essas falas só viram combustível para eu me dedicar ainda mais", respondeu Braga. A oposição rebateu ao afirmar que as críticas foram ao tempo para a análise da matéria e não à capacidade do vereador.
Polêmicos
Para Evaldo Lima (PCdoB), a Câmara Municipal se transforma em um espaço mais difícil para os parlamentares de primeiro mandato por ser um local onde acontecem surpresas diariamente. "Em determinados momentos, nós pensamos que estamos num clima de tranquilidade, mas acabam aparecendo debates mais polêmicos", frisou.
Além de ser vereador de primeiro mandato, Evaldo Lima atuou como líder do prefeito Roberto Cláudio. "A gente teve que ir se moldando ao longo do ano. Fizemos o planejamento estratégico logo após o 2º turno e, na época, ainda não sabíamos que iríamos ser indicados", explicou.
Evaldo Lima frisou que desempenhar o papel de líder do prefeito foi recompensador, já que, segundo ele, Roberto Cláudio teria conseguido cumprir as promessas de campanha. "Acredito que quem deve pautar nossa atuação no Parlamento é a própria gestão. Então, a gente procurou pautar e não ser pautado pela oposição. Nas questões que exigiam uma postura mais firme, acredito que fizemos os contrapontos necessários", acrescentou o líder do prefeito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário