Médicos estrangeiros participaram no treinamento no Ceará na Escola Estadual de Saúde Pública
Confinados num
treinamento complementar para atuar no Programa Mais Médicos, 96
profissionais de saúde estrangeiros, sendo 79 cubanos, estão aptos a
trabalhar nos postos de atendimento de cidades carentes de quatro
estados nordestinos: Maranhão, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Mesmo
com muito nervosismo e revendo na última hora as lições recebidas ao
longo de 21 dias, os médicos agora chamados de “brasileiros”, todos
treinados na Escola de Saúde Pública do Ceará, em Fortaleza, passaram
com louvor, após avaliação ontem.
Da manhã, no início da
avaliação, os médicos, a maioria mulheres, 65%, mais pareciam alunos nas
vésperas de provas. Cadernos, anotações e uma última oportunidade para
revisão do conteúdo passado pelos professores da Universidade Federal do
Ceará (UFC): “Ninguém desistiu e vamos cumprir nossa missão”, disse o
entusiasmado cubano Juan Hernández, que vai para uma área indígena a 500
quilômetros de São Luís, no Maranhão, assumindo posto do Programa Saúde
da Família de lá”, informou.
Os médicos, que se submeteram à
prova no Auditório Governador Ciro Gomes, nome do novo secretário de
Saúde do Ceará, receberam também uma mensagem dele de pedidos de
desculpas “pelo ato hostil de meia dúzia de médicos cearenses que não
nos representam”. A hostilidade aos cubanos e intercambistas aconteceu
logo após a aula inaugural do treinamento, em 26 de agosto, quando
médicos cearenses chamaram os estrangeiros de ”escravos”, “voltem para a
senzala” e “incompetentes”.
A avaliação constou de uma arguição em português, preenchimento de um prontuário e uma consulta sobre dúvidas para consultores.
11 brasileiros desistem
Dos
26 brasileiros que optaram por trabalhar em Fortaleza pelo Mais
Médicos, 11 desistiram. Ficaram 15 que já estão prestando atendimento
nos postos de saúde do Grande Bom Jardim, área mais violenta da cidade.
Os desistentes alegaram falta de segurança.
A Secretaria
de Saúde de Fortaleza solicitou ao Ministério da Saúde a abertura de
nova chamada para as 11 vagas ociosas. A secretária municipal de Saúde,
Socorro Martins, considerou a desistência comum. O Ceará é o Estado com
um dos menores índices de médicos por mil habitantes. Enquanto a média
nacional é de 1,8 por mil habitantes, o Ceará tem 1,05 médico/mil
habitantes, a sétima pior média nacional. (das agências de notícias)
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