Presidente diz que mandará ao Legislativo as "balizas" que nortearão plebiscito sobre reforma política
Brasília. A presidente Dilma Rousseff afirmou, ontem, que irá mandar hoje a minuta com as "balizas" que nortearão a convocação de um plebiscito para a reforma política pelo Congresso Nacional.
Durante reunião ministerial na Granja do Torto, a presidente confirmou que o plebiscito tratará de questões referentes a financiamento de campanha e ao padrão de voto vigente FOTO: FOLHAPRESS
Ela interrompeu reunião ministerial na Granja do Torto, em Brasília, para anunciar a decisão. Segundo ela, não serão enviadas sugestões de perguntas, mas "linhas gerais" para a elaboração da consulta popular.
"Está claro na Constituição: quem convoca, quem tem poder convocatório é o Congresso Nacional, Câmara e Senado, por isso eu insisti na palavra: é uma sugestão".
Dilma também confirmou que o plebiscito tratará de questões referentes a financiamento de campanha e ao padrão de voto vigente. A presidente, no entanto, destacou que outros temas poderão ser incorporados e não deu nenhuma garantia do prazo para a realização do plebiscito - questão que, segundo ela, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidir.
Questionada sobre quais questões entrarão no plebiscito, Dilma respondeu: "Basicamente - não é que essas serão as únicas sugestões - (o plebiscito) diz respeito ao financiamento das campanhas e ao padrão eleitoral, melhor dizendo, padrão de voto vigente, distrital, misto, a esse tipo de questão".
Criticada por partidos da oposição e por lideranças da própria base por optar por um plebiscito, e não um referendo, Dilma saiu em defesa da forma escolhida para a consulta popular.
"É importante ouvir uma questão que é a busca não só de um governo voltado pro povo, mas um governo que quer que o povo participe, enseja a participação popular, daí por que a proposta de consulta popular tem um sentido de transferir para a população o direito de ser consultada. O povo deve ser consultado", afirmou a presidente.
Na conversa com os jornalistas na Granja do Torto, Dilma garantiu que o seu governo não vai fazer nenhum corte de gastos sociais. "O povo nas ruas não pediu redução de gastos sociais e meu governo não fará redução de gastos sociais".
Perguntada sobre uma das principais demandas da população nas ruas, o preço das tarifas do transporte público, ela disse que qualquer mudança deve ser feita com responsabilidade. "Como fazer uma coisa importante para o País assegurando, ao mesmo tempo, a robustez fiscal. Temos de fazer com responsabilidade. Isto é função do governante. Senão, vamos cair na situação que hoje está a Europa".
Segundo a presidenta, o que o País conquistou nos últimos dez anos é fruto de programas sociais como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Luz para Todos, política de compra de alimentos. "A população mais pobre do País pode ter certeza: o meu governo jamais negociará qualquer redução de gastos sociais, vamos manter investimentos", disse.
Ela também afirmou que o governo está reagindo de forma prudente por meio do Banco Central e do Ministério da Fazendo para reduzir a volatilidade do câmbio. Segundo Dilma, há uma alteração na situação econômica internacional, principalmente por causa de mudanças na política americana.
´Padrão Felipão´
Questionada se governará o País no "padrão Fifa", a presidente disse que quer ter um governo "padrão Felipão", em referência ao técnico da seleção brasileira de futebol, Luiz Felipe Scolari. Ela afirmou também que receberá, possivelmente nos dias 7 ou 8, a Seleção Brasileira no Palácio do Planalto.
Na Granja do Torto, a presidente negou que irá realizar de imediato reforma ministerial - sobretudo fazer mudanças na equipe econômica - ou que cortará cargos.
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