Manifestantes pediam melhorias para a educação, transporte e saúde e protestaram contra o Juaforró
Juazeiro do Norte. Cerca de 10 mil pessoas lotaram as ruas de Juazeiro do Norte em protesto na tarde e noite de ontem. O prefeito da cidade, Raimundo Macedo (PMDB), foi mantido por seis horas na sede do Banco do Brasil, na Rua São Francisco, no Centro, nas proximidades da Praça Padre Cícero. Ao ser identificado na rua, o gestor foi cercado por manifestantes e adentrou a agência por volta das 17h.
Raimundo Macedo foi rodeado pela população na rua, por volta das 17h, e se refugiou em uma agência bancária, onde ficou até 23h20 Foto: Elizângela Santos
A Polícia afirma que tentou negociar com os manifestantes, que se recusaram a sair do local. Então, foi usado spray de pimenta para dispersar a multidão e feito um cordão de isolamento. Algumas pessoas passaram mal. O prefeito deixou o local às 23h20, em uma viatura.
Antes disso, os integrantes do protesto chegaram a cercar o carro-forte do banco, com a notícia de que Raimundo Macedo poderia sair por meio do veículo, e não deixaram o carro passar. Por volta das 21h, cerca de 2 mil pessoas continuavam em frente ao banco com gritos de "fora Raimundão".
Os protestos "Vem pra Rua" em Juazeiro foram organizados por estudantes, com apoio de entidades e sindicatos. Com faixas e cartazes, os integrantes pediam melhorias para a educação, saúde, transporte e diziam não aos grandes festejos, como a 13ª edição do Juaforró, iniciada na noite de ontem. Chegou-se a falar até na possibilidade de não haver show da banda Aviões do Forró, presente na abertura da festa, e os manifestantes ameaçaram impedir o evento, orçado em mais de R$ 620 mil.
O protesto cresceu em número de participantes à medida que descia a rua principal, a São Pedro, no Centro. Para não haver depredação, o prédio da administração da Cidade foi rodeado por cerca de 100 policiais militares e guardas municipais.
Ontem, a sessão da Câmara de Juazeiro durou cerca de cinco minutos. O presidente do Legislativo, Antônio de Lunga, ao ser informado que a manifestação poderia se dirigir ao local, encerrou a sessão e os vereadores saíram rapidamente.
"Fizemos esse movimento por meio das redes sociais, e conseguimos uma grande adesão das pessoas, que estão insatisfeitas com a educação, saúde, a infraestrutura precária das cidades do Cariri, além da situação dos professores de Juazeiro", disse o estudante Weyde Arrais, da União Juventude Socialista (UJS). Ontem, o prefeito deu uma entrevista coletiva, garantindo que não haverá redução salarial dos docentes.
O protesto apoiou a causa dos professores de Juazeiro, que continuam em greve, por conta das alterações no Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), e teve adesão de professores e Sindicato dos Servidores Municipais do Crato.
ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER
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