Os nove Estados do
Nordeste se mobilizam, nesta segunda-feira, 13, para chamar a atenção do
País para a difícil situação de seca que muitos municípios enfrentam e
as consequências dela para a economia e para a vida da população. A
Mobilização Nacional pelo Nordeste é uma articulação da Confederação
Nacional dos Municípios (CNM) com entidades municipais representantes de
cada estado. Em Fortaleza, a Associação dos Municípios do Estado do
Ceará (Aprece) organiza uma assembleia extraordinária na tarde de hoje.
A
seca que a região Nordeste enfrenta em 2013 é considerada a maior dos
últimos 50 anos, com mais de 1,4 mil cidades afetadas, de acordo com
levantamento feito pela CNM. Uma pesquisa com 124 dos 184 municípios
cearenses mostra que 95% dos gestores afirmam que seu município sofre
com os problemas da estiagem, e 51% gasta, em média, R$ 50 mil com a
compra de água para atender, principalmente, ao consumo humano.
Em
Fortaleza, a programação pela Mobilização Nacional pelo Nordeste
acontece em uma assembleia extraordinária marcada para as 15 horas na
sede da Aprece, com o objetivo de debater questões ligadas à seca.
Segundo a Aprece, a meta é paralisar as atividades das prefeituras
municipais cearenses, mantendo apenas os serviços considerados
essenciais, como saúde, educação e limpeza pública. Após o encontro, os
gestores municipais seguem para Brasília com as reivindicações
municipalistas.
Na terça-feira, 14, após as mobilizações, as
entidades aguardam uma audiência com os presidentes da Câmara dos
Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e do Senado Federal, Renan
Calheiros (PMDB-AL), para mostrar os resultados do levantamento e cobrar
apoio efetivo do Parlamento. O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski
destaca que esse trabalho é um projeto de longo prazo e que não há a
pretensão de resolver a situação imediatamente. “O problema da seca é
histórico, é recorrente. Nós temos de trabalhar para obrigar os governos
a tomar consciência de que não adiantar passar eleição após eleição
usando a seca para fazer voto”, diz Ziulkoski.
Motivos
Em
encontro prévio dos gestores municipais em Maceió (AL), no dia 30 de
abril, foi elaborada a Carta de Alagoas, que explica os motivos dos
prefeitos a se mobilizarem. Na carta, eles “lamentam a não inclusão dos
municípios como agentes executores e demonstram sua insatisfação diante
da falta de respostas do Governo Federal a reivindicações já feitas e
que, se implementadas, já poderiam ter mudando a triste e cruel
realidade por que passam quase 10 milhões de pessoas de forma direta”.
A
presidente Dilma Rousseff chegou a anunciar, no começo de abril, um
conjunto de medidas para combater os efeitos da seca no Nordeste. Ajuda
que, segundo a CMN, “não se vê chegar aos municípios afetados”.
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
A
partir da pesquisa sobre a situação da seca no Nordeste, entidades
municipais pedem que sejam feitas obras hídricas estruturadoras como
barragens, interligação de bacias a partir do São Francisco,
infraestrutura para a agricultura irrigada e gestão permanente da água.
SERVIÇO
Mobilização Nacional pelo Nordeste no Ceará
Quando: hoje, às 15 horas
Onde: Sede da Aprece (Avenida Oliveira Paiva, 2621 - Cidade dos Funcionários)
Telefone: (85) 4006.4000
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