terça-feira, 14 de maio de 2013

Cachaça falsa era vendida por até R$ 1.000 em Minas Gerais, Bahia e São Paulo

http://sphotos-a.xx.fbcdn.net/hphotos-ash3/c0.252.851.315/p851x315/9241_133817080098807_305419289_n.jpgCachaças compradas por R$ 5 a R$ 10 em Salinas (norte de Minas Gerais) eram vendidas como se fossem de marcas famosas por até R$ 1.000 em mercados de Belo Horizonte, Montes Claros, cidades do sul da Bahia e na capital paulista.
A polícia suspeita que o esquema era comandado havia pelo menos 3 anos por Claudemiro Modesto da Silva, 50, preso em flagrante na última sexta-feira (10) durante a "Operação Aguardente".
Na casa de Claudemiro, em Salinas, a polícia encontrou cerca de 400 garrafas de cachaças falsas (prontas para venda) e mais de 1000 rótulos das marcas Indaiazinha, Havana, Canarinha, Nova Aliança e Anísio Santiago, as mais sofisticadas do Brasil e produzidas na cidade mineira.
Segundo a polícia, após comprar as cachaças baratas, Claudemiro colocava rótulos falsos, supostamente fabricados em gráficas de Montes Claros e Belo Horizonte. Ele vendia falsificações da marca Canarinha saíam por R$ 70 a R$ 80; já as da Havana, por até R$ 400. Depois, ela era revendida por R$ 1.000 em casas especializadas em cachaça - o mesmo valor da original.
O delegado José Eduardo dos Santos, de Salinas, desconfia que Claudemiro atuava junto com outras pessoas. "Na delegacia, ele [Claudemiro] preferiu ficar calado", disse. Defensor de Claudemiro, o advogado Dairton dos Anjos não foi localizado pela reportagem. A polícia chegou até o suspeito após denúncias de fabricantes de cachaças. As investigações foram iniciadas há 8 meses.
Fabricante da marca Canarinha, Eilton Santiago Soares, que tinha a informação que seu produto estava sendo falsificado, disse que há 3 anos vem observando a venda de cachaças falsas nos mercados centrais de Montes Claros e Belo Horizonte. "Nesse tempo, tive prejuízo de uns R$ 80 mil", afirmou Soares. "Já falei com ele [Claudemiro] várias vezes sobre as falsificações, mas ele sempre negava, dizia que não tinha nada a ver, e a gente não podia fazer muita coisa porque não tinha prova de que ele era o falsificador", completou.
Outro fabricante, Osvaldo Santiago, dono das marcas Havana e Anísio Santiago, disse que amigos, por diversas vezes, compraram as falsificações em casas especializadas de São Paulo e Minas Gerais. "Eles compravam e traziam pra me mostrar", disse Santiago, sem estimar o prejuízo. Para combater as falsificações, os fabricantes de cachaça de Salinas estudam implantar, a partir de julho, um selo de indicação geográfica, que atesta que a cachaça foi produzida em certo local.
A colocação do selo nos rótulos foi autorizado ano passado pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. "O selo não é imune à falsificação, mas sem dúvida dificultará em muito a ação de falsificadores", disse o presidente da APACS (Associação de Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas), Nivaldo Gonçalves das Neves.

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