Oficialmente, no sábado, dom Fernando Panico abre os trabalhos que pesquisarão dados para envio ao Vaticano
Santana do Cariri O primeiro caso de beatificação do Ceará terá o processo aberto, oficialmente, no próximo sábado, na cidade do Crato. Trata-se dos fatos relacionados à menina mártir, Benigna Cardoso da Silva, assassinada brutalmente aos 13 anos, em Santana do Cariri. A cerimônia acontecerá às 10 horas, no auditório da paróquia da Sé Catedral.
A imagem da menina que já é considerada santa pelos fiéis que visitam a cidade de Santana
Apesar do bom andamento dos trabalhos, estão faltando três audições, que são os testemunhos de contemporâneos de Benigna, e a conclusão da biografia. Todo o processo terá que ser traduzido para o latim. A perspectiva é que, até o mês de setembro, o trabalho seja concluído.
O adiantamento do processo também ajudou na autorização do Vaticano, para que fosse iniciado oficialmente os trabalhos. O bispo dom Fernando Panico comandará a cerimônia. Na ocasião, será prestado o juramento dos membros do Tribunal Eclesiástico Diocesano, do monsenhor italiano, e postulante da causa, Vitaliano Mattioli, e os integrantes da comissão histórica. Segundo o monsenhor, este é um momento delicado, por conta da finalização do processo.
No início de fevereiro, o bispo dom
Fernando anunciou a autorização do Vaticano. A rapidez na liberação para
início do processo foi uma das grandes surpresas para a comissão. Isto
leva a crer que, pelo fato da menina Benigna ter sido martirizada, tenha
havido agilidade nas etapas de autorização do processo. E, a cada ano,
também tem crescido o número de devotos de Benigna. A Igreja tem se
encarregado de explicar sobre o processo aos fieis, segundo o padre
Paulo Lemos, vigário da paróquia de Nossa Senhora Santana, Matriz de
Santana do Cariri.Santana do Cariri O primeiro caso de beatificação do Ceará terá o processo aberto, oficialmente, no próximo sábado, na cidade do Crato. Trata-se dos fatos relacionados à menina mártir, Benigna Cardoso da Silva, assassinada brutalmente aos 13 anos, em Santana do Cariri. A cerimônia acontecerá às 10 horas, no auditório da paróquia da Sé Catedral.
A imagem da menina que já é considerada santa pelos fiéis que visitam a cidade de Santana
Apesar do bom andamento dos trabalhos, estão faltando três audições, que são os testemunhos de contemporâneos de Benigna, e a conclusão da biografia. Todo o processo terá que ser traduzido para o latim. A perspectiva é que, até o mês de setembro, o trabalho seja concluído.
O adiantamento do processo também ajudou na autorização do Vaticano, para que fosse iniciado oficialmente os trabalhos. O bispo dom Fernando Panico comandará a cerimônia. Na ocasião, será prestado o juramento dos membros do Tribunal Eclesiástico Diocesano, do monsenhor italiano, e postulante da causa, Vitaliano Mattioli, e os integrantes da comissão histórica. Segundo o monsenhor, este é um momento delicado, por conta da finalização do processo.
Monsenhor e postulante da beatificação de Benigna, Vitaliano Mattioli (à direita), durante conversa com moradores de Santana do Cariri. Ele já vem fazendo o trabalho de audição, que será oficializado no sábado Fotos: Elizângela Santos
São mais de 100 casos relatados de milagres por intercessão da mártir. Os depoimentos serão inseridos no relatório final do processo. Mas, quanto ao resultado final dessa análise, tornando Benigna a beata mártir, é um grande mistério, pelo rigor das análises, que terão que passar pela Comissão Teológica do Vaticano, no intuito de verificar todos os procedimentos relacionados às exigências do processo. Após essa etapa, a parte mais delicada será a análise da Comissão dos Cardeais, segundo monsenhor Mattioli.
Na análise dos cardeais da Santa Sé, será verificado se o martírio sofrido pela adolescente, no Sítio Oitis, no distrito de Inhuma, em Santana do Cariri, foi realmente verdadeiro. Esse processo será concluído com a autorização do papa. A vida e a morte de Benigna será minuciosamente avaliada, para se ter a possibilidade de inserção na categoria dos mártires. "A parte mais delicada mesmo é a nossa", diz o monsenhor. A exigência na comprovação de um milagre acontecerá somente com o processo de canonização.
A Diocese iniciou as pesquisas para abertura do processo de beatificação em 2011, 70 anos depois da morte da mártir. A primeira parte da documentação foi enviada para análise. Até outubro, mês de romaria em Santana do Cariri, a expectativa é que a maior parte dos levantamentos históricos e testemunhais seja encaminhada.
Os restos mortais da mártir foram transferidos do cemitério para a Matriz de Nossa Senhora Santana, no mês de maio do ano passado. No dia 24 de outubro, data do assassinato, a cidade de Santana vivenciou a maior romaria já realizada, com mais de 20 mil pessoas. As graças alcançadas, segundo Sandro Cidrão, integrante da comissão que tem realizado os levantamentos sobre a vida de Benigna, se multiplicam. São pessoas de vários Estados que chegam a Santana e pagam promessas feitas e alcançadas, por intercessão da mártir.
No distrito de Inhumas foi construída uma capela em seu louvor, a cerca de 200 metros do local onde a menina foi assassinada a golpes de facão, no Sítio Oitis. É um reconhecimento da comunidade e seus fiéis pelo tamanho martírio sofrido que, segundo moradores, levou às lágrimas o próprio assassino, Raul Alves Ribeiro, que chegou a se arrepender do ato ensandecido.
Desde o dia do trágico acontecimento, os moradores da localidade começaram a alcançar graças e até milagres em nome da jovem martirizada. Tanto que, com apoio da Igreja Católica, foi iniciado um movimento em prol da beatificação de Benigna. A comunidade se empenhou em prestar esclarecimentos sobre graças alcançadas e resgatar todo o passado da menina e seu comportamento na infância.
Para os moradores da cidade, ela morreu na defesa da castidade, resistindo ao assédio do seu algoz. Por isto, uma "virgem mártir da pureza".
FIQUE POR DENTRO
Martírio aconteceu no Sítio Oitis
Benigna Cardoso da Silva nasceu no dia 15 de outubro de 1928, no município de Santana do Cariri, extremo Sul do Ceará, ao sopé da Chapada do Araripe. Filha de José Cardoso da Silva e Thereza Maria da Silva, ficou órfã de pai e mãe na infância, juntamente com seus três irmãos mais velhos. Benigna, que era a mais nova dos quatro irmãos, foi criada pelas senhoras Rosa e Honorina Sisnando Leite, filhas de Leonor e Cirineu Sisnando, proprietários do Sítio Oitis, próximo ao Povoado de Inhumas. Nesse local, ela passou toda sua infância. Já crescida, depois de frequentar a escola ajudava nos afazeres domésticos. As duas senhoras que a adotaram eram doentes. Rosa era quase cega, e Honorina, asmática.
A menina tinha estatura média, morena clara, cabelos e olhos castanho escuros, rosto arredondado e queixo afinado, conforme retrato falado exposto no santuário.
O pote que ela carregava no momento em que foi assassinada, com vários golpes de facão, está envolto a uma redoma de vidro, no santuário construído em seu nome, com esculturas que retratam o momento em que era morta por Raul Alves, de 13 anos, que foi preso e cumpriu pena. De acordo com os levantamentos realizados por Sandro e as irmãs de Benigna, ela era uma menina de semblante triste, calma, simples e frágil.
Mais informações
Igreja Católica na Paróquia
Senhora Sant´Ana
Rua Padre Cristiano, 304
Santana do Cariri
Telefone (88) 3545.1485
ELIZÂNGELA SANTOSREPÓRTER
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