As causas da diminuição estão relacionadas ao combate à diarreia, ampliação do PSF e controle de doenças
O Ceará reduziu a mortalidade infantil em 48%, na faixa etária até nove anos de idade, entre 1998 e 2008. O número de óbitos caiu de 5.195 para 2.704. Nos anos seguintes, a queda continuou acentuada. Em 2011, foram 2.230 mortes. Entres os menores de um ano, a taxa de mortalidade caiu de 29,7 por mil nascidos vivos, em 1998, para 13,6 por mil nascidos vivos, em 2011, com redução de 4.147 óbitos para 1.761. O dados são da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa)
O Ceará reduziu a mortalidade infantil em 48%, na faixa etária até nove anos de idade, entre 1998 e 2008. O número de óbitos caiu de 5.195 para 2.704. Nos anos seguintes, a queda continuou acentuada. Em 2011, foram 2.230 mortes. Entres os menores de um ano, a taxa de mortalidade caiu de 29,7 por mil nascidos vivos, em 1998, para 13,6 por mil nascidos vivos, em 2011, com redução de 4.147 óbitos para 1.761. O dados são da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa)
Apesar da diminuição registrada pela Secretaria da Saúde do Estado, a mortalidade em menores de um ano (neonatal) ainda é a mais preocupante. As causas estão relacionadas à saúde da mulher na gravidez FOTO: KID JÚNIOR |
"O pré-natal diminui os riscos da mãe e, consequentemente, dos bebês, mas ainda existe a carência do vínculo das mães a um hospital que realizará o parto", alerta a ginecologista Zenilda Bruno. Além disso, o Ceará ainda ressente de Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) neonatais, segundo a médica.
As razões da redução da mortalidade de um a nove anos passam pelo combate à diarreia por meio do soro caseiro, melhoria do saneamento básico, atendimento às comunidades pelos agentes de saúde e pela ampliação da cobertura do Programa Saúde da Família (PSF), como informa a ginecologista.
De um a nove anos, as causas externas, como acidentes de transporte, afogamento e agressões, são os principais motivos de mortes. Segundo o secretário da Saúde do Estado, Arruda Bastos, para a redução da mortalidade em crianças até nove anos, uma melhor estrutura da atenção básica, incentivo à amamentação e pré-natal bem feito foram ações essenciais.
Vacinação
Já para a faixa etária de um a nove anos, os investimentos foram na vacinação, controle da diarreia, com a distribuição do soro caseiro e ampliação do setor pediátrico dos hospitais. "Conseguimos medidas exitosas na área da saúde", coloca. De acordo com o gestor, foi possível manter a mesma linha de controle de infecções parasitárias, neoplasias e cânceres infantis.
No que diz respeito às causas externas, responsáveis pela morte de crianças de um a nove anos, Arruda Bastos revela que as áreas de trânsito e segurança estão sendo controladas para reduzir os números.
A coordenadora da atenção básica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Lídia Dias, revela que o investimento na saúde primária é uma constatação científica para a redução da mortalidade infantil. "Isso faz com que muitas mulheres sejam atendidas em seus domicílios e encaminhadas para o pré-natal". Ela alerta que este tipo de investimento é mais impactante na diminuição dos óbitos neonatais.
A coordenadora destaca que, hoje, as políticas de saúde contra a mortalidade são promissoras em virtude, principalmente, da Rede Cegonha, projeto do governo federal. "Temos tido investimentos maciços nas prefeituras". Mas diz que ainda é necessário mais verba do PSF, apesar de Fortaleza ter a terceira maior cobertura, um percentual de 35%.
Albert Sabin celebra 60 anos
O Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) chega aos 60 anos, na próxima quinta-feira (1°). Para comemorar, uma solenidade será realizada no Theatro José de Alencar, às 20 horas.
Como centro de referência, o hospital tem contribuído para a redução da mortalidade infantil. Classificado como unidade de atenção terciária em pediatria, o Hias conta com emergência clínica e cirúrgica, procedimentos de alta complexidade em oncologia, neurocirurgia, cirurgia cardíaca e cirurgia plástica, além de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Unidades Neonatais de médio e alto risco. Atualmente, o Albert Sabin dispõe de 267 leitos, sendo 41 de UTIs e 26 especialidades médicas. Por mês, são realizadas 850 internações e 550 procedimentos.
Segundo o diretor geral do Hias, Walter Frota, o hospital é o único do Ceará que trata câncer infantil. "Além disso, tem vocação para o ensino. Podemos destacar também que o Hias é o único no perfil dele", destaca.
O Albert Sabin foi o primeiro hospital pediátrico de Fortaleza. Nasceu em 26 de novembro de 1952, com o nome de Hospital Infantil de Fortaleza (HIF).
Ocorrências
13,6 por mil nascidos vivos foi taxa de mortalidade, na faixa etária de zero a um ano, registrada em 2011, no Ceará. Em 1998, o índice era de 29,7 por mil nascidos vivos
LINA MOSCOSOREPÓRTER
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