Apesar da boa colocação, a cidade se encontra no 157º lugar quando avaliados todos os 184 municípios do Estado do Ceará FOTO: MARÍLIA CAMELO |
Pesquisa revela que um total de 74,79% dos entornos dos domicílios da cidade possuem, pelo menos, uma árvore
As fotos antigas de Fortaleza mostram um espaço que costumava ser mais verde. Mesmo com as mudanças ao longo do tempo, a cidade ficou em segundo lugar na lista das capitais mais arborizadas do Nordeste e em oitavo no ranking nacional, com 74,79% dos entornos dos domicílios com, ao menos, uma árvore. Os dados são do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O critério da pesquisa contabilizou árvores em espaços públicos. Para ser considerada arborizada, a região tinha de apresentar, no mínimo, uma árvore a cada duas faces de quadra opostas. Não foi considerada a área urbana, em metros quadrados, nem calculada a proporcionalidade da cobertura vegetal.
O critério da pesquisa contabilizou árvores em espaços públicos. Para ser considerada arborizada, a região tinha de apresentar, no mínimo, uma árvore a cada duas faces de quadra opostas. Não foi considerada a área urbana, em metros quadrados, nem calculada a proporcionalidade da cobertura vegetal.
Apesar da boa colocação em relação a outras capitais, Fortaleza ficou em 157º lugar entre os 184 municípios cearenses. O destaque de arborização do Estado foi Paramoti, com 99,74% de logradouros com árvores. Na escala nacional, das 5.565 cidades pesquisadas, a Capital ocupou a posição de número 2.782.
Referência
A controladora de tráfego aéreo, Jamilly Benício, avaliou a pesquisa como coerente. Depois de já ter morado em cinco capitais brasileiras, ela acredita que tudo seja uma questão de referência. "Quando vamos a lugares aonde não têm árvore, percebemos que Fortaleza até que tem sim. Em comparação a Recife, possui bem mais. Já o Norte do País é mais verde", compara.
A especialista em Paisagismo e professora da Universidade de Fortaleza (Unifor), Fernanda Rocha, disse que a arborização está cada vez mais rarefeita na cidade. "Os projetos novos são sempre muito áridos. A desculpa é sempre de que não há árvores na altura apropriada. Tudo deveria ter sido pensado a priori. É preciso se planejar para que haja um fornecimento de mudas para suprir isso", argumenta.
A estudiosa diz que os espaços históricos ainda são os mais privilegiados, por conta das árvores antigas, e acrescenta: "Vemos o corte arbitrário, com argumentos como iluminação, sujeira e segurança. Mas as árvores, na verdade, só contribuem".
Campanhas apoiam a criação de áreas verdes
O Parque do Cocó foi beneficiado, neste mês, com o plantio de 186 mudas de mangues. A ação foi promovida por organizadores da Feira da Música de Fortaleza para compensar a emissão de carbono na última edição do evento, realizada em 2011. Esse tipo de iniciativa tem o apoio da campanha "Plante uma árvore. Semeie esta ideia!", criada pelo Grupo Edson Queiroz e lançada com o objetivo de estimular a criação e a recuperação de áreas verdes na Capital.
Os produtores da Feira têm, ainda, promovido coleta seletiva e a conscientização de comunidades sobre questões socioambientais. O cultivo de árvores no espaço urbano contribui para o controle da temperatura e, também, a redução da poluição sonora e do ar.
"A copa das árvores é um obstáculo para as ondas sonoras, atuando contra a poluição sonora", explica o técnico da Diretoria de Florestal (Diflo), da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace), Leonardo Ferreira.
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