RODRIGO CARVALHO Leilah Lima, 32, é uma das pacientes que precisam do remédio para alcançar a cura |
O Ácido Transretinóico (Atra) não está sendo disponibilizado para pacientes do Hospital Dr. César Cals
A estudante de Ciências Contábeis Leilah Lima Costa, 32 anos, em dezembro de 2010, notou o surgimento de algumas manchas rochas arredondadas em seu corpo, além de um estranho cansaço. Preocupada, ela resolveu fazer exames médicos, foi então, que, em fevereiro do ano passado, recebeu o diagnóstico de que tinha Leucemia Mieloide Aguda (LMA).
Todo o tratamento e acompanhamento de Leilah é realizado no Hospital Geral Dr. César Cals, no Centro de Fortaleza. Foram meses internada até conseguir a alta hospitalar. Agora, a estudante está sendo medicada em casa. Contudo, neste mês, a paciente e seus familiares receberam uma má notícia quando chegaram na unidade, o medicamento fundamental para o tratamento de Leilah o Ácido Transretinóico (Atra) está em falta.A estudante de Ciências Contábeis Leilah Lima Costa, 32 anos, em dezembro de 2010, notou o surgimento de algumas manchas rochas arredondadas em seu corpo, além de um estranho cansaço. Preocupada, ela resolveu fazer exames médicos, foi então, que, em fevereiro do ano passado, recebeu o diagnóstico de que tinha Leucemia Mieloide Aguda (LMA).
Segundo Herivaldo Ferreira da Silva, coordenador do serviço de hematologia do Hospital César Cals, além de Leilah, outros dois pacientes realizam o mesmo tratamento na unidade.
A comerciante Maria Onásia de Morais, cunhada da estudante, acompanha toda a dificuldade. Conforme conta, o tratamento é realizado de três em três meses e o remédio custa, em média, R$1.200.
Repasse
Ela conta que a unidade mantinha um convênio com o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) que alegou não poder mais repassar o medicamento. "Esse remédio é fundamental para a cura e sobrevivência de Leilah. Ficamos desesperados, fomos até o diretor da unidade, procuramos em várias farmácias, mas o remédio não era vendido para pessoa física", declara.
De acordo com Maria Onásia, depois de muitas tentativas, a família conseguiu, informalmente, por meio de uma enfermeira que trabalha no Hospital César Cals o medicamento. "Só assim conseguimos acalmar minha cunhada que já estava nervosa sem comer direito a vários dias".
A assessoria de imprensa do HGF informa que o medicamento não está sendo enviado ao Hospital César Cals para evitar que falte aos pacientes internados na unidade. Além disso, segundo a assessoria, a ordem é que cada hospital faça um pregão eletrônico para adquirir os próprios medicamentos.
Convênio
Contudo, o diretor do Hospital César Cals, Waldir Ferreira, explica que a unidade não é credenciada junto ao Ministério da Saúde para realizar tratamentos hematológicos, porém, devido à grande demanda de pacientes com leucemia no HGF, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) firmou um convênio com as duas instituições e o Hospital Geral Dr. César Cals abriu o serviço disponibilizando sete leitos para os pacientes acometidos pela doença.
Waldir Ferreira declara ainda que o medicamento Atra está faltando em todo o Ceará, por isso, a equipe do Hospital Geral de Fortaleza está evitando enviá-lo para outras unidades com receio de que prejudique os pacientes que estão internados ou são acompanhados no local.
Diante da situação, o diretor do Hospital César Cals afirma que está sendo viabilizada uma licitação para que ocorra a compra urgente do quimioterápico. "Estamos tentando conseguir esse medicamento com a máxima urgência, já que temos consciência que o tratamento da doença é muito caro. Para se ter uma ideia, a primeira fase para o tratamento contra a leucemia custa, aproximadamente, R$ 32 mil por cada paciente", enfatiza Waldir Ferreira.
SAIBA MAIS
Sintomas da Leucemia mieloide Aguda (LMA)
Diminuição na produção de glóbulos vermelhos (hemoglobina), levando o paciente acometido pela doença a uma anemia, além de palidez, cansaço fácil e muita sonolência.
Diminuição na produção de plaquetas, fato que ocasiona o aparecimento de diversas manchas roxas em determinadas regiões do corpo, não relacionadas a traumas. Podem aparecer ainda pequenos pontos vermelhos sob a pele (chamado de petéquias) ou sangramentos prolongados resultantes de pequenos ferimentos.
Diminuição na produção de glóbulos brancos, aumentado assim o risco de que o paciente seja acometido por uma possível infecção.
Gastos
32
mil reais é o custo médio da primeira fase de tratamento contra leucemia. Apenas um dos medicamentos indicados, Atra, tem o preço de cerca de R$1.200.
KARLA CAMILA
REPÓRTER
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