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| Segundo o delegado Eliomar Lima Júnior, a droga estava junto com as roupas e outros objetos pessoais do jovem (FOTO: SARA MAIA) |
A Polícia Federal apreendeu 50 mil comprimidos de ecstasy, no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. “Foi a maior apreensão da droga já feita no Nordeste”, informou o delegado da PF Eliomar Lima Júnior. O material estava na mala de um jovem de 24 anos que desembarcava no aeroporto, na noite da última segunda-feira.
O acusado foi preso e levado para a sede da PF, no Bairro de Fátima. Em depoimento, o jovem afirmou que foi contratado - por R$ 10 mil - para pegar os comprimidos em Bruxelas, na Bélgica. Os contratantes seriam um cearense e um belga que ele conheceu na avenida Beira Mar, no início deste mês. O acusado não informou nomes. “Vamos investigar”, comentou o delegado.
O jovem preso (o nome não foi revelado pela PF) é de Sobral e não tem antecedentes criminais. Ele foi flagrado no momento em que sua bagagem passava pelo equipamento de raio x do aeroporto. Policiais federais desconfiaram que havia droga na mala e fizeram uma revista.
Foram encontrados nove sacos de comprimidos de cor rosa, selados e cobertos por papel carbono. “A droga estava junto com as roupas e outros objetos pessoais”, disse Eliomar.
O preso foi indiciado por tráfico internacional de drogas, cuja pena varia de cinco a 15 anos de reclusão. Ele está na carceragem da Superintendência da PF no Ceará, onde permanecerá à disposição da Justiça.
A suspeita é de que o ecstasy seria distribuído nas festas de fim de ano. “Geralmente, o pessoal usa essa droga nas chamadas raves”, lembrou o delegado. Segundo ele, cada comprimido custa entre R$ 40 e R$ 50. Estima-se que a apreensão da Polícia Federal tenha causado prejuízo de cerca de R$ 2 milhões para os distribuidores da droga.
Ao todo, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF apreendeu 87.607 comprimidos de ecstasy este ano: 50 mil na noite de segunda-feira e o restante nos meses anteriores.
Efeitos
“O ecstasy causa dependência e traz transtornos gravíssimos. Temos tido vários casos de morte, de problemas de parada cardíaca”, lembrou o psicólogo Osmar Diógenes, especialista em dependência química e coordenador do Instituto Volta a Vida.
De acordo com o especialista, os distribuidores da droga costumam comprar os comprimidos em países como Estados Unidos e Holanda. “O ecstasy é um sintético extremamente excitante. A pessoa fica eletrizada durante horas e horas. É uma droga muito usada pela classe média”, acrescentou. (colaborou Thiago Mendes).
ENTENDA A NOTÍCIA
O Aeroporto Internacional Pinto Martins está em segundo lugar em número de apreensões de cocaína em aeroportos do Brasil.Nesta semana que antecede as festas de fim de ano, foram apreendidos 158 kg de cocaína, 19 kg de maconha e os 50 mil comprimidos de ecstasy.
SAIBA MAIS
Este ano, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal no Ceará apreendeu 490 quilos de cocaína e 804 quilos de maconha.
A última apreensão havia sido no sábado, quando um jovem de 25 anos foi preso com 158 quilos de cocaína, no bairro Lagoa Redonda, em Fortaleza.
O acusado é natural do Amazonas e estava morando no Ceará há cerca de um ano.
A droga estava em um fundo falso de uma caminhonete, distribuída em 148 tabletes de tamanhos e pesos diversos. O veículo estava estacionado em frente a uma residência na rua Francisca Helena.
Na casa, foram apreendidas uma pistola calibre 45, 17 munições intactas, um carro modelo Celta e vários materiais eletroeletrônicos.
A droga seria distribuída em Fortaleza durante as festas de fim de ano.
Sobre o ecstasy
O ecstasy(ou êxtase) é uma droga sintética e com potencial de gerar dependência. É quimicamente similar ao estimulante metanfetamina e ao alucinógeno mescalina.
O nome científico do ecstasy é MDMA (3,4-metilenodioximetanfetamina). Foi sintetizado pela primeira vez em 1912, na Alemanha.
A droga apresenta efeitos semelhantes aos estimulantes do sistema nervoso central, causando agitação e efeitos perturbadores (mudança da percepção da realidade).
Seus efeitos mais marcantes são a sensação de melhora nas relações entre as pessoas, o desejo de se comunicar, melhora na percepção musical e aumento da percepção das cores.
A associação do esforço físico com o ecstasy tende a aumentar consideravelmente a temperatura do corpo, que pode atingir mais de 42ºC e, inclusive, ser mortal. O ecstasy também pode causar disfunção do sistema imunológico, sendo esse quadro agravado quando há associação dessa substância com o álcool.
O consumo frequente também pode gerar problemas no fígado, pele amarelada e problemas cognitivos (memória, atenção).
O ambiente mais comum para o consumo é o de clubes noturnos e “raves”, cujo cenário é enriquecido com jogos de luzes e música eletrônica.
Fonte: Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas
Tiago Braga
tiagobraga@opovo.com.br
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