FOTO: SILVÂNIA CLAUDINO Exploração de jazida resulta em vários danos à saúde da comunidade |
Os moradores da localidade de Bandarro se preocupam com consequências advindas do período chuvoso
Quiterianópolis Às vésperas de começar o inverno, a comunidade da localidade de Bandarro, neste Município, está preocupada com os impactos ambientais causados pela exploração de ferro na Serra do Besouro, pela empresa Globest. O receio é de que a localidade, situada próximo à serra e habitada por cerca de 30 famílias, seja afetada com as cheias do Rio Poti, que sofre com a erosão e assoreamento já existentes e aumentados com a atividade extrativa. A população espera a construção de canais para contenção das águas do rio para evitar possíveis enchentes.
Quiterianópolis Às vésperas de começar o inverno, a comunidade da localidade de Bandarro, neste Município, está preocupada com os impactos ambientais causados pela exploração de ferro na Serra do Besouro, pela empresa Globest. O receio é de que a localidade, situada próximo à serra e habitada por cerca de 30 famílias, seja afetada com as cheias do Rio Poti, que sofre com a erosão e assoreamento já existentes e aumentados com a atividade extrativa. A população espera a construção de canais para contenção das águas do rio para evitar possíveis enchentes.
"Estamos preocupados com a erosão para dentro do Rio Poti e com as cheias que podem ocorrer com a chegada do inverno. Queremos ações práticas e urgentes", relata Jorge Macedo, presidente local do Partido Verde (PV). Macedo é membro da comissão de fiscalização formada na audiência pública realizada, no início de dezembro, na localidade de Monteiro (vizinho a Bandarro), pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da Assembleia Legislativa do Ceará, para debater os impactos ambientais e sociais causados pela exploração do mineral no Município.
A construção de uma passagem sobre o Rio Poti, no local em que transitam diariamente os caminhões carregados do minério é esperada pela comunidade há alguns meses, segundo Jorge Macedo, e foi um dos pontos destacados na audiência pública. As manilhas no local demonstram a intenção de resolução do problema por parte da mineradora. Mas a não realização da construção é uma grande preocupação da comunidade.
"Essas manilhas foram colocadas aqui há uns dois meses e até agora não aconteceu a construção de fato e nos preocupamos porque o período de inverno começa já. O nosso receio é que não haja mais tempo para a construção. Se o inverno for rigoroso, muitas residências serão alagadas pelo rio", alega.
Outra preocupação da comunidade relacionada à chegada das chuvas diz respeito aos paredões de barro acumulados pela atividade extrativista na encosta do morro. Os moradores temem que, com as chuvas e ventos, sedimentos se desloquem para o leito do rio, contribuindo com a possibilidade de enchentes.
A empresa fez a cobertura com lonas. "Esse foi também um encaminhamento da audiência. De fato, a empresa cobriu os montes de barro com lonas, mas estamos apreensivos temendo que não seja suficiente para segurar a força da água", ressalta o ambientalista.
Outros problemas
O sentimento de preocupação dos moradores não é de hoje. Os impactos gerados pela exploração no local têm sido motivo de preocupação por parte da população local, desde quando a exploração foi iniciada pela empresa, há cerca de um ano. As principais reclamações se referem ao desmatamento do morro, assoreamento do Rio Poti e à emissão de poeira gerada pelos caminhões e pelas máquinas empregadas na extração.
Moradores de Bandarro, que pediram para não ser identificados, relataram que a poeira emitida no local é muito forte e que crianças e adultos sofrem com gripes e resfriados constantes. "A gripe permanente e o pó vermelho nas nossas casas incomoda muito". Eles são favoráveis à exploração de ferro na localidade, desde que a saúde e o meio ambiente sejam preservados. "Resolvendo esses problemas, fica tudo bem". Jorge Macedo destaca que a instalação de equipamento para abafar a poeira seria a solução para essa questão e que é uma das expectativas da comunidade. Um projeto concreto de reflorestamento também é citado pelo ambientalista como necessário. A população de Novo Oriente e Crateús também se ressente dos impactos ambientais e sociais trazidos após a instalação da reserva.
A forte poeira trouxe problemas respiratórios para os moradores e o peso dos veículos estraga a pavimentação das ruas. Após os intensos reclames da população, desvios foram as soluções para os tráfegos dos caminhões nos dois Municípios.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia, deputado Augustinho Moreira, na audiência pública, destacou a importância da negociação entre mineradora e comunidade.
Já o deputado federal Antônio Balhmann destacou a nova vocação que a empresa traz para a região, defendendo a expansão de um ramal ferroviário até Quiterianópolis, para escoar a produção de ferro e reduzir o tráfego de caminhões.
De acordo com o Governo do Estado, o grupo já produz 600 mil toneladas de minério de ferro a cada ano no Ceará. Somente em 2011, injetou R$ 26 milhões no Ceará e prevê um investimento da ordem de R$ 52 milhões em 2012. Até 2014, os empreendimentos chineses investirão aqui quase R$ 1 bilhão, o que deverá gerar 1.500 empregos diretos. Para Jorge Macedo, a mineração traz vantagens econômicas. Ele deixa claro que não é contrário à exploração, mas contra os impactos ambientais.
A reportagem tentou entrar em contato com a direção da empresa. Não conseguiu devido ao recesso das atividades no fim de ano. Mas, por ocasião da audiência pública, o gerente geral da Globest, empresa proprietária da mina, Wei Lip Wu, afirmou que a questão ambiental é também preocupação da empresa e já existem recursos para recuperação da área. Ele citou o plantio de mudas para reflorestamento, a construção de canais para contenção das águas do Rio Poti para evitar enchentes e que, em janeiro, haverá mecanismos para redução da poeira.
Mais Informações:
PV Quiterianópolis - Jorge Macedo (88) 9935.9720/ Assembleia Legislativa - Av. Desembargador Moreira, 2807 - Dionísio Torres - Fone: (85) 3277.2500
Silvânia ClaudinoRepórter
A construção de uma passagem sobre o Rio Poti, no local em que transitam diariamente os caminhões carregados do minério é esperada pela comunidade há alguns meses, segundo Jorge Macedo, e foi um dos pontos destacados na audiência pública. As manilhas no local demonstram a intenção de resolução do problema por parte da mineradora. Mas a não realização da construção é uma grande preocupação da comunidade.
"Essas manilhas foram colocadas aqui há uns dois meses e até agora não aconteceu a construção de fato e nos preocupamos porque o período de inverno começa já. O nosso receio é que não haja mais tempo para a construção. Se o inverno for rigoroso, muitas residências serão alagadas pelo rio", alega.
Outra preocupação da comunidade relacionada à chegada das chuvas diz respeito aos paredões de barro acumulados pela atividade extrativista na encosta do morro. Os moradores temem que, com as chuvas e ventos, sedimentos se desloquem para o leito do rio, contribuindo com a possibilidade de enchentes.
A empresa fez a cobertura com lonas. "Esse foi também um encaminhamento da audiência. De fato, a empresa cobriu os montes de barro com lonas, mas estamos apreensivos temendo que não seja suficiente para segurar a força da água", ressalta o ambientalista.
Outros problemas
O sentimento de preocupação dos moradores não é de hoje. Os impactos gerados pela exploração no local têm sido motivo de preocupação por parte da população local, desde quando a exploração foi iniciada pela empresa, há cerca de um ano. As principais reclamações se referem ao desmatamento do morro, assoreamento do Rio Poti e à emissão de poeira gerada pelos caminhões e pelas máquinas empregadas na extração.
Moradores de Bandarro, que pediram para não ser identificados, relataram que a poeira emitida no local é muito forte e que crianças e adultos sofrem com gripes e resfriados constantes. "A gripe permanente e o pó vermelho nas nossas casas incomoda muito". Eles são favoráveis à exploração de ferro na localidade, desde que a saúde e o meio ambiente sejam preservados. "Resolvendo esses problemas, fica tudo bem". Jorge Macedo destaca que a instalação de equipamento para abafar a poeira seria a solução para essa questão e que é uma das expectativas da comunidade. Um projeto concreto de reflorestamento também é citado pelo ambientalista como necessário. A população de Novo Oriente e Crateús também se ressente dos impactos ambientais e sociais trazidos após a instalação da reserva.
A forte poeira trouxe problemas respiratórios para os moradores e o peso dos veículos estraga a pavimentação das ruas. Após os intensos reclames da população, desvios foram as soluções para os tráfegos dos caminhões nos dois Municípios.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia, deputado Augustinho Moreira, na audiência pública, destacou a importância da negociação entre mineradora e comunidade.
Já o deputado federal Antônio Balhmann destacou a nova vocação que a empresa traz para a região, defendendo a expansão de um ramal ferroviário até Quiterianópolis, para escoar a produção de ferro e reduzir o tráfego de caminhões.
De acordo com o Governo do Estado, o grupo já produz 600 mil toneladas de minério de ferro a cada ano no Ceará. Somente em 2011, injetou R$ 26 milhões no Ceará e prevê um investimento da ordem de R$ 52 milhões em 2012. Até 2014, os empreendimentos chineses investirão aqui quase R$ 1 bilhão, o que deverá gerar 1.500 empregos diretos. Para Jorge Macedo, a mineração traz vantagens econômicas. Ele deixa claro que não é contrário à exploração, mas contra os impactos ambientais.
A reportagem tentou entrar em contato com a direção da empresa. Não conseguiu devido ao recesso das atividades no fim de ano. Mas, por ocasião da audiência pública, o gerente geral da Globest, empresa proprietária da mina, Wei Lip Wu, afirmou que a questão ambiental é também preocupação da empresa e já existem recursos para recuperação da área. Ele citou o plantio de mudas para reflorestamento, a construção de canais para contenção das águas do Rio Poti para evitar enchentes e que, em janeiro, haverá mecanismos para redução da poeira.
Mais Informações:
PV Quiterianópolis - Jorge Macedo (88) 9935.9720/ Assembleia Legislativa - Av. Desembargador Moreira, 2807 - Dionísio Torres - Fone: (85) 3277.2500
Silvânia ClaudinoRepórter
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