Os ovos serão recolhidos por uma equipe do departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) para serem estudados; caso prova falta de fiscalização, diz especialista BRUNO GOMES |
Eles foram achados em areia de construção; desenvolvimento da espécie no Estado pode ser prejudicado
Mais de dez ovos de tartaruga foram encontrados ontem, dentro de uma carrada de areia utilizada para construção, em uma casa no bairro de Messejana. Segundo especialistas, pela proximidade com as lagoas, a espécie pode ser de água doce. A professora Bárbara Silva (nome fictício), 38 anos, conta que estava na parada de ônibus , na rua Barão de Aquiraz, quando viu o pedreiro peneirar a terra e retirar os ovos, um a um, com espanto.
“Tenho bastante interesse pelo assunto e me aproximei para ver se realmente era aquilo que eu achava que era, ovos de tartaruga. Foi quando constatei, fiquei espantada e imediatamente liguei para o projeto Tamar”, conta a professora.
Ela informou que a areia em questão foi comprada em dois depósitos da região.
“O pedreiro afirmou, com certeza, que foi adquirida aqui nas imediações. E eu acredito, pois moro na vizinhança e sempre compro aqui perto, porém nunca tinha visto isso”, detalhou.
Em visita aos depósitos, os donos dos dois estabelecimentos garantem não saber a origem da areia, pois compram de carroceiros que passam pela rua diariamente.
“Pelo que eles me informam, essa areia vem do Jaguaribe, Canindé e Fortim”, disse o comerciante Ribamar Andrade, 48 anos, proprietário do depósito ‘Dois Irmãos’.
Já Eulizaldo Costa, 67 anos, dono do depósito ‘Maxicasa’, também em Messejana, informou que a areia comprada em seu comércio é originada de vários revendedores. “Fica difícil saber de onde é, mas eles sempre passam por aqui, vendendo areia”, explicou o comerciante.
Sobre o destino a ser dado aos ovos, a professora disse que chegou a ligar para o órgão responsável, no caso o Tamar, porém, devido a distância e por todo o movimento pelo qual passaram os ovos, os técnicos do projeto informaram que não seria mais possível salvar os embriões. “Então eles indicaram que eu ligasse para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e denunciasse”.
O doutor em Biologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), José Roberto Feitosa Silva, explicou que o caso em questão comprova a falta de fiscalização dos órgãos competentes, como a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e o Ibama.
“Na verdade esse animais são silvestres e a retirada deles do seu habitat é um crime. O carroceiro que explora a terra para retirada de areia talvez nem tenha visto ovos, mas isso prova que está tirando de um lugar onde existe esse tipo de animal”, explicou o especialista.
Sobre a espécie, ele disse que pela proximidade com as lagoas da região, é muito provável que seja de água doce, e aconselhou a professora a entrar em contato com departamento de Biologia da UFC. “Nós temos mestrando que estudam o comportamento desses animais e seria muito importante termos o contato com o material para identificarmos a espécie”, alertou.
De acordo com o chefe de Fiscalização do Ibama, Rolfran Cacho Ribeiro, os ovos de tartaruga foram encontrados em meio a areia pois essa carrada é clandestina.
Ele explicou que para extrair areia desse tipo é necessário a licença do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e também da Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) ou Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).
Ribeiro comentou que tanto a Semam como a Semace, além do Ibama, realizam o monitoramento nas praias do Estado. “Caso seja flagrado um caminhão tirando areia sem licença, o veiculo é apreendido e o motorista é multado”, comentou.
Thays LavorRepórter
Mais de dez ovos de tartaruga foram encontrados ontem, dentro de uma carrada de areia utilizada para construção, em uma casa no bairro de Messejana. Segundo especialistas, pela proximidade com as lagoas, a espécie pode ser de água doce. A professora Bárbara Silva (nome fictício), 38 anos, conta que estava na parada de ônibus , na rua Barão de Aquiraz, quando viu o pedreiro peneirar a terra e retirar os ovos, um a um, com espanto.
“Tenho bastante interesse pelo assunto e me aproximei para ver se realmente era aquilo que eu achava que era, ovos de tartaruga. Foi quando constatei, fiquei espantada e imediatamente liguei para o projeto Tamar”, conta a professora.
Ela informou que a areia em questão foi comprada em dois depósitos da região.
“O pedreiro afirmou, com certeza, que foi adquirida aqui nas imediações. E eu acredito, pois moro na vizinhança e sempre compro aqui perto, porém nunca tinha visto isso”, detalhou.
Em visita aos depósitos, os donos dos dois estabelecimentos garantem não saber a origem da areia, pois compram de carroceiros que passam pela rua diariamente.
“Pelo que eles me informam, essa areia vem do Jaguaribe, Canindé e Fortim”, disse o comerciante Ribamar Andrade, 48 anos, proprietário do depósito ‘Dois Irmãos’.
Já Eulizaldo Costa, 67 anos, dono do depósito ‘Maxicasa’, também em Messejana, informou que a areia comprada em seu comércio é originada de vários revendedores. “Fica difícil saber de onde é, mas eles sempre passam por aqui, vendendo areia”, explicou o comerciante.
Sobre o destino a ser dado aos ovos, a professora disse que chegou a ligar para o órgão responsável, no caso o Tamar, porém, devido a distância e por todo o movimento pelo qual passaram os ovos, os técnicos do projeto informaram que não seria mais possível salvar os embriões. “Então eles indicaram que eu ligasse para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e denunciasse”.
O doutor em Biologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), José Roberto Feitosa Silva, explicou que o caso em questão comprova a falta de fiscalização dos órgãos competentes, como a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e o Ibama.
“Na verdade esse animais são silvestres e a retirada deles do seu habitat é um crime. O carroceiro que explora a terra para retirada de areia talvez nem tenha visto ovos, mas isso prova que está tirando de um lugar onde existe esse tipo de animal”, explicou o especialista.
Sobre a espécie, ele disse que pela proximidade com as lagoas da região, é muito provável que seja de água doce, e aconselhou a professora a entrar em contato com departamento de Biologia da UFC. “Nós temos mestrando que estudam o comportamento desses animais e seria muito importante termos o contato com o material para identificarmos a espécie”, alertou.
De acordo com o chefe de Fiscalização do Ibama, Rolfran Cacho Ribeiro, os ovos de tartaruga foram encontrados em meio a areia pois essa carrada é clandestina.
Ele explicou que para extrair areia desse tipo é necessário a licença do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e também da Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) ou Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).
Ribeiro comentou que tanto a Semam como a Semace, além do Ibama, realizam o monitoramento nas praias do Estado. “Caso seja flagrado um caminhão tirando areia sem licença, o veiculo é apreendido e o motorista é multado”, comentou.
Thays LavorRepórter
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