quinta-feira, 28 de abril de 2011

Açude Orós começou a sangrar

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Com foguetório e muita expectativa, moradores se dirigiram à parede do Orós. Mas a lâmina d´água de três centímetros não foi suficiente para formar o "véu de água" FOTO: HONÓRIO BARBOSA
Orós O Açude Orós, o segundo maior reservatório do Ceará, transbordou na madrugada de ontem. Às 4h40, o açude atingiu a cota máxima e pela manhã, às 10 horas, uma lâmina de água de três centímetros começou a escorrer no lado direito do sangradouro. Os moradores desta cidade, localizada na região Centro-Sul, acordaram sob o barulho de queima de fogos. Era o sinal de que o reservatório estava sangrando. Na manhã de ontem, centenas de moradores foram até o açude. Caminharam sobre a parede e assistiram ao início da sangria, no mirante, ao lado do sangradouro. A expectativa era de que a água atingisse pelo menos 10 centímetros, nível suficiente para escorrer por toda a extensão do vertedouro, formando o que eles chamam de "véu de água". Mas o reservatório vem recebendo uma recarga reduzida de água e a elevação do nível de água tem sido lenta.
Ainda sem o espetáculo da queda d´água em toda a extensão do sangradouro, o sentimento foi de frustração para quem visitou, ontem, o açude. "Pensava que já estava escorrendo por todo o sangradouro", disse a aposentada Maria dos Anjos, que veio de Icó.

Recarga
A recarga do açude Orós nesses últimos três dias é oriunda do Rio Trussu, além de pequenos riachos e do Rio Jaguaribe, que está com o nível reduzido. A elevação da água no reservatório vai depender, principalmente, do Rio Jaguaribe.
A gerente do escritório da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), em Iguatu, Vandiza Sucupira, explicou que a previsão feita pelo órgão foi confirmada. "O Orós amanheceu sangrando".
Na década passada, o Orós transbordou em 2004, 2008 e 2009, sempre iniciando no mês de abril. Em 2009, a sangria estendeu-se até 16 de agosto. Em 1989, o reservatório transbordou e houve um fato curioso e único. Ocorreram duas sangrias no açude Orós: uma em abril e outra em dezembro, em decorrência de chuvas antecipadas no fim daquele ano.
O técnico do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), que administra o açude, Antonio Domingos, explicou que para o departamento, a sangria é caracterizada na cota 199,52 metros, quando a água escorre por sobre o sangradouro. A Cogerh considera a cota máxima, 199,50 metros, quando a bacia alcança 100%, de sangria. Se as chuvas continuarem e o Rio Jaguaribe aumentar o volume de água, o nível do Orós será elevado. De acordo com a Cogerh, 39 açudes no Ceará estão sangrando e outros 18 estão com volume de água acima de 90%.

MAIS INFORMAÇÕES
Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh)
Escritório regional em Iguatu
Telefone: (88) 3581.0800

Honório BarbosaRepórter

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