domingo, 27 de fevereiro de 2011

Padim é o símbolo maior de Juazeiro


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Na Capela do Socorro, milhares de romeiros do Padre Cícero, todos os anos,
 oram e lhe pedem graças FOTO: JULIANA VASQUEZ


Juazeiro do Norte. Padre Cícero é o maior benfeitor de Juazeiro e a figura mais importante de sua história. Foi ele quem trouxe para Juazeiro as Ordens dos Salesianos e dos Capuchinhos. Doou os terrenos para construção do primeiro campo de futebol e do aeroporto; construiu as capelas do Socorro, de São Vicente, de São Miguel e a Igreja de Nossa Senhora das Dores; incentivou a fundação do primeiro jornal local (O Rebate); fundou a Associação dos Empregados do Comércio e o Apostolado da Oração; realizou a primeira exposição da arte juazeirense no Rio de Janeiro; incentivou e dinamizou o artesanato artístico e utilitário, como fonte de renda; incentivou a instalação do ramo de ourivesaria; estimulou a expansão da agricultura, introduzindo o plantio de novas culturas; contribuiu para instalação de muitas escolas, inclusive a Escola Normal Rural e o Orfanato Jesus Maria José; socorreu a população nas secas e epidemias e, finalmente, projetou Juazeiro no cenário político nacional, transformando um pequeno lugarejo na maior e mais importante cidade do interior cearense.
Os bens que recebeu por doação, durante sua quase secular existência, foram doados à Igreja, sendo os Salesianos seus maiores herdeiros. Ao morrer, no dia 20 de julho de 1934, aos 90 anos, seus inimigos gratuitos apregoaram que, morto o ídolo, a cidade que ele fundou e a devoção à sua pessoa acabariam logo. Enganaram-se. A cidade prosperou e a devoção aumentou. Até hoje, todo ano, religiosamente, no Dia de Finados, uma grande multidão de romeiros, vindos dos mais distantes locais do Nordeste, chega a Juazeiro para uma visita ao seu túmulo, na Capela do Socorro.
Padre Cícero é uma das figuras mais biografadas do mundo. Sobre ele, existem mais de 200 livros, sem falar nos artigos que são publicados frequentemente na imprensa. Ultimamente sua vida vem sendo estudada por cientistas sociais do Brasil e do exterior. Não foi canonizado pela Igreja, porém, é tido como santo por sua imensa legião de fiéis espalhados pelo Brasil. O binômio oração e trabalho era o seu lema. E Juazeiro é o seu grande e incontestável milagre.
Por conta das decisões de Roma, Padre Cícero, acusado de desobediência e de estimular a crença no pretenso milagre, foi punido pela Igreja com a suspensão de suas ordens. Na Diocese de Crato, alguns padres não batizavam crianças com o nome de Cícero. Seu nome não era citado nos sermões. Os romeiros eram vistos como "fanáticos". Mais tarde, os "milagres" de Juazeiro passaram a ser estudados por diversos cientistas sociais no Brasil e no Exterior. (AV)

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