domingo, 27 de fevereiro de 2011

Mais recursos poderão ser liberados, diz ministro

O ministro Alexandre Padilha visita o Ceará, que está entre os estados com risco muito alto de epidemia (FOTO MAURI MELO
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O ministro Alexandre Padilha visita o Ceará, que está entre os estados com risco muito alto de epidemia (FOTO MAURI MELO )
Reforçando o discurso da importância de uma mobilização social no combate à dengue, o ministro da saúde, Alexandre Padilha, reuniu-se ontem em Fortaleza com o vice-governador, Domingos Filho, prefeitos e secretários da saúde do Estado e dos municípios. Desde o começo do ano, Padilha está visitando os 16 estados que registraram risco “muito alto” de uma epidemia da doença em 2011 chamando a atenção para a importância do combate cotidiano ao mosquito Aedes aegypti. “A melhor vacina contra a dengue é cada um cuidar de sua casa”, declarou.
Segundo o último boletim da dengue da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), divulgado na última sexta-feira, em 2011, foram confirmadas nove mortes em decorrência da doença e 3.182 casos. Só em Fortaleza, foram 1.131 confirmações.
Para o ministro, a epidemia não acontecerá se a sociedade se unir na erradicação dos focos do mosquito. “Mais de 80% dos focos estão nas caixas d’água”, cita. Segundo Padilha, regularmente a saúde do Estado recebe do Governo Federal cerca de R$ 15 milhões para ações de vigilância e R$ 43 milhões para a atenção básica. Se necessário, ele diz que mais recursos podem ser liberados.
O secretário da saúde do Ceará, Arruda Bastos, participou da reunião e destacou que, em Fortaleza, são mais 111 leitos à disposição de pacientes com sintomas de dengue. “A pessoa com qualquer sintoma da doença, como febre alta repentina, deve ser encaminhada ao centro de saúde mais próximo”, lembra.
Conforme Bastos, todos os municípios que registraram casos da doença em 2011 preocupam. Em Itapipoca, cidade que teve 508 casos da doença e dois óbitos, em 2011, o secretário afirma que houve reunião para reforçar os trabalhos de combate ao mosquito.
Vacina
Alexandre Padilha disse que o Ministério da Saúde apoia três institutos que estudam vacinas contra a dengue e está “à disposição” para conhecer a pesquisa desenvolvida na Universidade Estadual do Ceará (Uece). Uma bioquímica da Instituição produziu a primeira vacina de origem vegetal contra a doença. “A vacina é a nossa principal esperança e o principal desafio”, comenta.

Como

ENTENDA A NOTÍCIA

Durante a reunião, foram apresentados dados sobre a dengue no Brasil e as ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde. A principal medida é mobilizar a sociedade no combate ao acúmulo de água, já que os principais focos do mosquito Aedes aegypti estão dentro das casas.

SOBRE A DENGUE

A dengue é causada por vírus e transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se prolifera em água parada.
Os sintomas mais comuns são febre, dores no corpo, principalmente, nas articulações, e dor de cabeça.
Também podem aparecer manchas vermelhas pelo corpo e, em alguns casos, sangramento, mais comum nas gengivas. Ao aparecer alguns dos sintomas deve-se buscar o serviço de saúde mais próximo.
Prevenção. Como é praticamente impossível eliminar o mosquito, é preciso identificar objetos que possam se transformar em criadouros do Aedes. Então, o único modo é limpar e retirar tudo que possa acumular água e oferecer risco. Em 90% dos casos, o foco do mosquito está nas residências.
É importante manter a casa e os terrenos em volta livres de criadouros do transmissor, procurando sempre eliminá-los. Caixas d’água, cisternas, tinas, barris e potes devem ser mantidos com tampas vedadas a fim de evitar que o Aedes ponha seus ovos nesses locais. O lixo deve ser mantido bem fechado, e protegido da água da chuva e as garrafas devem ser guardadas com boca para baixo.
Mariana Lazari
marianalazari@opovo.com.br

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