Entre as provas mais aguardadas estão as da Receita Federal, que deverá oferecer 2.000 vagas de nível superior com salários entre R$ 9.172 e R$ 15.339 |
Brasília. Este ano pode ser promissor para quem deseja
conseguir um trabalho no setor público. A expectativa é que haja mais
vagas em 2015, porque em 2014 foram realizados concursos com índice
menor de postos oferecidos - o maior teve cerca de 700, em um total de
20 mil criados. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015 prevê a
criação de 28.957 cargos, fora as vagas de reposição, em caso de
aposentadoria ou demissão do servidor.
Desse total, 13.974 são para o Poder Executivo, Banco Central, Receita
Federal, Ministério da Fazenda e INSS. Outras cerca de 15 mil vagas são
para a área de Justiça, como tribunais (9.177), Defensoria Pública
(3.897) e Ministério Público da União (1.879). Entretanto, a
concorrência também deve aumentar, em razão do quadro de estagnação
econômica. “Quando a economia dá sinais de problemas, é normal que as
pessoas se voltem para a carreira pública. Então, 2015 será um ano com
muitos concursos, mas também com muitos concorrentes”, diz Marco Antônio
Araújo Jr., vice-presidente do Damásio Educacional e presidente da
Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos(Anpac).
Para ele, a expectativa de cortes de gastos do governo federal não deve influenciar o quadro.
“É um discurso padrão porque vagas públicas são sempre motivo de
discórdia com a população, mas é algo que efetivamente é difícil de ser
cortado. No máximo, o número de vagas previstas pode diminuir”, opina.
Entre as provas mais aguardadas estão as da Receita Federal, que deverá
oferecer 2.000 vagas de nível superior com salários entre R$ 9.172 e R$
15.339. No ano passado, o órgão abriu concurso para vagas de nível
médio com apenas 278 vagas.
O INSS também terá número de oportunidades recorde: serão quase 5.000
com opções para nível médio e superior com remuneração inicial de R$
4.401 a R$ 10.057. Essa previsão de vagas pode sofrer alterações, mas a
expectativa é que cada um desses concursos tenha 1,5 milhão de
inscritos.
Estratégia
“É comum que os candidatos optem por cargos com menor concorrência e
salário um pouco mais baixo, para poderem já conseguir uma vaga no setor
público”, diz Evandro Guedes, presidente-executivo do site de aulas
on-line Alfacon.
Dentro dessa meta, quem quer concorrer a um cargo de nível médio pode
buscar as provas do IBGE, que terá mil para técnico em informações
geográficas e estatísticas, com remuneração de R$ 3.000, ou optar pela
vaga que exige ensino superior, de analista e tecnologista, com salário
de R$ 7.000.
Foi apostando em cargos mais baixos que a técnica judiciária Jackeline
Campos, 36, conseguiu abrir a primeira porta na carreira pública.
Ela trabalhou como técnica e analista no Tribunal de Justiça de
Pernambuco e é servidora pública da Justiça Federal de São Paulo há três
anos.
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