Diário do Nordeste
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu, em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja arquivado o inquérito sobre o senador Aécio Neves (PSDB), candidato a deputado federal por Minas Gerais, no qual ele era investigado sob suspeita de ter atuado para maquiar fatos ilícitos dos tucanos para esconder a relação do partido com o Banco Rural na CPMI dos Correios, em 2005.
A CPMI investigava pagamentos feitos pelo PT à base de apoio do então presidente, Lula (PT).
À época, Aécio era governador de Minas Gerais. O esquema que o Banco Rural tinha com o PT, de adiar sucessivamente a cobrança do empréstimo, também funcionava com o PSDB de Minas, de acordo com decisões judiciais do Supremo.
Dodge diz que a Polícia Federal não encontrou provas que comprovem as declarações feitas pelo ex-senador petista Delcídio do Amaral em acordo de delação assinado em fevereiro de 2016.
Segundo Delcídio, que presidiu a CPMI, Aécio Neves enviou o então deputado federal, Eduardo Paes (PSDB-RJ), para negociar com ele para que o Banco Rural enviasse dados maquiados dados sobre empréstimos feitos aos tucanos.
Delcídio disse no acordo que chegou a se reunir com Aécio no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, para negociar a exclusão de alguns alvos da CPMI. O ex-senador petista disse também que Aécio e seu vice-governador, Clésio Andrade, ofereceram vantagens ilícitas a ele em troca da maquiagem e da exclusão. O episódio do empréstimo ficou conhecido como mensalão mineiro e resultou na condenação de Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas e ex-presidente do PSDB, a 20 anos de prisão.
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