Maria Esther Bueno entrou no Hall da Fama do tênis, feito que apenas outra sul-americana (a argentina Gabriela Sabatini) alcançou ( Foto: Reprodução/ Youtube ) |
por Folhapress
Maria Esther Bueno, maior tenista brasileira da história, morreu nesta sexta-feira (8), aos 78 anos, em São Paulo. Ela estava internada no Hospital 9 de Julho desde maio (o dia exato não foi informado pela instituição), devido a um câncer na boca. A informação foi confirmada pelo sobrinho de Bueno, Pedro, ao SporTV, canal no qual ela era comentarista.
Maria Esther nasceu em São Paulo em 11 de outubro de 1939 e começou a jogar no Clube de Regatas Tietê.
Somente em torneios do Grand Slam, ela conquistou 19 taças, entre simples, duplas e duplas mistas. Foi considerada a melhor do mundo em 1959, 1960, 1964 e 1966, numa época em que não existia o ranking.
Por esses motivos, em 1978 ela entrou no Hall da Fama do tênis, feito que apenas outra sul-americana (a argentina Gabriela Sabatini) alcançou. Guga também recebeu a honraria em 2012.
"Em 1960, eu ganhei o Aberto da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e o Aberto dos EUA com parcerias diferentes", disse ela em entrevista à WTA (Associação de Tênis Feminino). "Foi algo grandioso."
Foi a primeira a fechar o "calendar Grand Slam", conquistar os quatro maiores torneios na mesma temporada, de duplas. O feito só foi repetido por Martina Navratilova (1984), Pam Shriver (1984) e Martina Hingis (1998).
Maria Esther Bueno não considera esse o maior feito de sua carreira, mas sim o título de simples na grama de Wimbledon, em 1959.
"Eu vinha do Brasil, onde havia apenas quadras de saibro, e a gente não tinha oportunidade de jogar na grama, então ganhar pela primeira vez foi uma grande surpresa", afirmou ela, que tinha apenas 19 anos na ocasião do título.
Quando começou o profissionalismo no tênis, em 1968, a brasileira já sofria com uma lesão no braço.
Maria Esther Bueno jogou numa época em que não havia tie-break (sistema de desempate) e as partidas eram mais longas -ela contava que chegou a disputar 120 games consecutivos.
A premiação também é bem diferente da atual. O prêmio para a campeã de Wimbledon em 2018 é de US$ 3,08 milhões (cerca de R$ 11,5 milhões). Em 1959, a conquista valeu à brasileira 15 libras (cerca de R$ 56).
Maria Esther Bueno anunciou o encerramento da carreira pela primeira vez em 1969, mas voltou às quadras nos anos 1970 e chegou à quarta rodada de Wimbledon em 1976.
Em 2015, a quadra central do centro de tênis no Parque Olímpico do Rio foi batizada com o nome dela. Nos últimos anos, Maria Esther atuou como comentarista dos canais SporTV e era presença constante no Aberto do Rio, principal torneio de tênis do país.
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