Diário do Nordeste
Foi anunciada na manhã de ontem, pelo Ministério da Saúde, a prorrogação da Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe. Agora, o prazo é até o dia 15 de junho, em todo o País. A mobilização deveria ter fim na sexta-feira (1º), mas, devido à paralisação dos caminhoneiros, alguns estados ficaram sem acesso à vacina. Contudo, o Ceará não deve precisar dos 15 dias para alcançar a meta de imunizar todo o público prioritário. Em 37 dias de vacinação, o estado já conta com 87% da população vacinada. Segundo a coordenadora de imunização da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), Ana Vilma Braga, em até uma semana o restante do grupo prioritário deve estar imunizado.
Dois milhões e oito mil pessoas foram vacinadas até agora, de acordo com Ana Vilma. Para ela, o número é consequência da vontade da população de se prevenir contra a doença. "Fazem 20 anos que trabalhamos com essa campanha, mas a população não quer tomar vacina. Esse ano quiseram tomar, viram a importância da imunização no combate à gripe, então tivemos a adesão da população e isso faz toda a diferença", explica.
Segundo a coordenadora, o foco durante a prorrogação será vacinar as populações prioritárias em que a meta ainda não foi atingida, que são as crianças (76,89% vacinadas), gestantes (78,69%), indígenas (91,93%) e idosos (88,02%). Os pequenos, inclusive, foram um dos mais acometidos pela doença. O público com maior cobertura, até o momento, são os professores de Ensino Básico e Superior (111,75%). "Recomendamos aos gestores municipais que, com a prorrogação, busquem quem ainda não se vacinou. Já que a população não trouxe essas crianças, esse é o momento de buscar onde elas estão e saber porque elas não estão recebendo vacina. Nosso conselho é que uma parceria seja feita com os agentes de saúde e que eles circulem nas residências e creches", aconselha a coordenadora de imunização da Sesa.
Balanço
Até ontem, ainda faltavam 18,8 milhões de pessoas serem vacinadas em todo o Brasil. Um balanço divulgado pelo Ministério da Saúde revelou que o Ceará é o terceiro estado com maior cobertura vacinal, atrás apenas de Goiás (99,8%) e Amapá (90,9%). Segundo Ana Vilma, o Ceará já tem 105 municípios com a cobertura vacinal maior que 90%.
Outros 75 municípios estão entre 70% e 90%; e somente três estão abaixo de 70%, que são Cariús, Poranga e Tarrafas; 46 municípios já alcançaram a cobertura com homogeneidade, ou seja, 90% de todos os grupos prioritários já foram imunizados nesses locais.
"É importante que todas essas pessoas tomem a vacina para que fiquem protegidas e não adoeçam. Além disso, tomando a vacina, elas também protegem quem está perto deles, porque diminui a circulação do vírus", explica Ana Vilma. Segundo ela, a imunização das gestantes é de extrema importância, pois são elas que repassam anticorpos para os bebês.
Ampliação
O balanço publicado nesta terça-feira (29), pelo Ministério da Saúde, mostra que 66% dos brasileiros que fazem parte do público-alvo já se vacinaram. A expectativa do órgão é vacinar 54,4 milhões de pessoas até o dia 15 de junho. Além disso, o Ministério autorizou que, após o fim da campanha, caso haja disponibilidade de vacinas nos estados e municípios, a imunização seja ampliada para crianças de cinco a nove anos de idade e adultos de 50 a 59 anos.
Contudo, Ana Vilma já informou que isso não acontecerá no Ceará. "Essa recomendação é para os estados que não alcançarem a cobertura vacinal. Quem não conseguir, a partir do dia 18 de junho, pode abrir para os dois grupos. Não se aplica ao Ceará porque nós alcançamos cobertura vacinal, então não vai sobrar vacina", afirma a coordenadora de imunização.
Óbitos
O número de mortes em decorrência do vírus H1N1 está em 42, no Ceará, de acordo com o boletim epidemiológico mais recente divulgado pela Secretaria da Saúde, na última sexta-feira (25). Quase 58,4% das vítimas foram mulheres; nos homens, o percentual foi de 41,5%. Boa parte das vítimas tinha idade superior a 40 anos.
A maioria dos óbitos foi registrado em Fortaleza, com 24 casos. No Eusébio, seis pessoas morreram em decorrência da influenza. Em Crateús, foram três e, em Caucaia e Solonópole, duas. Até agora, no mês de maio, 31 mortes foram contabilizadas no Estado.
Neste ano, 862 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) já foram confirmados no Estado. Desses, 39,1% (337 ocorrências) deram positivo para Influenza. Dos 337, 247 tiveram como causa a Influenza A H1N1, 60, o tipo B, e 18, o tipo H3/sazonal. As maiores incidências foram identificadas nas macrorregiões de Fortaleza, Sertão Central, Sobral e também na região do Cariri.
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