quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

PMDB resgata nome histórico com presença de Temer

Em um momento inusitado da convenção peemedebista, o presidente da República recebeu um passe 'protetor' de um pai de santo ( Foto: AFP )
Diário do Nordeste
Depois de ter cancelado sua participação, o presidente Michel Temer mudou de ideia e resolveu comparecer à convenção nacional do PMDB na manhã desta terça-feira(19).

O Planalto chegou a anunciar que Temer não iria ao evento, mas ele foi convencido pelo ministro Eliseu Padilha (Casa Civil). A assessoria não deu uma justificativa oficial para as mudanças na agenda. Nos bastidores, aliados falam em "cansaço" do presidente e num incômodo gerado por uma sonda colocada para ajudá-lo a urinar.

O presidente se recupera de uma intervenção cirúrgica para desobstruir a uretra. Ele ficou internado por dois dias em São Paulo. Assessores do presidente disseram ainda que ele se ausentaria para evitar constrangimento durante o evento, já que havia a possibilidade de protestos contra o presidente da sigla, o senador Romero Jucá (RR). Entretanto, não houve qualquer manifestação no centro de convenções onde ocorre o evento, nem mesmo com a chegada de Temer.


Temer deveria discursar logo no início do encontro. Jucá anunciou que Temer estava a caminho do evento três vezes na abertura da convenção.

Momento inusitado

Em um momento inusitado da convenção, Temer recebeu um passe de um homem que se identificou como pai de santo no palco da convenção. O babalorixá Pai Uzêda disse que fez um trabalho para eliminar uma "macumba" que tinha o objetivo de provocar a morte de Temer. O peemedebista foi recebido pelo pai de santo quando subiu ao palco do evento, em Brasília, ontem. Ele abriu os braços enquanto o babalorixá passava folhas de guiné em seu corpo.

Nova denominação

Contudo, o ápice do evento foi a confirmação da mudança do nome do partido para a sigla que era usada em sua fundação, Movimento Democrático Brasileiro (MDB). A repaginação faz parte de uma estratégia da legenda para amenizar o desgaste sofrido pelos partidos com a crise que se desenrola desde que a Operação Lava-Jato atingiu os principais políticos do país.

A alteração depende ainda de um registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Com a mudança, o partido pretende absorver, ao menos simbolicamente, a história do antigo MDB, criado em 1966 como um movimento de oposição ao regime militar.

Integraram aquela sigla nomes como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Mário Covas.

Ainda na ditadura

Letra 'P' em siglas partidárias virou lei em 1979
Presença obrigatória no Brasil até 1995, a letra "P" caiu em desuso no nome das legendas políticas, que querem se distanciar da palavra "partido" em um momento de deterioração da popularidade da classe. A mudança de ontem do PMDB segue tendência no meio político. Outras legendas como PT do B, DEM, PEN, PP e PSL têm a intenção de mudar de nome para Avante, Mude, Patriota, Progressistas e Livres, respectivamente. Em 1979 tornou-se obrigatória a presença do "P" no nome das siglas. Foi quando o MDB, sigla de oposição durante a ditadura militar, virou o PMDB. Com a lei dos partidos políticos, de 1995, a presença deixou de ser compulsória. O Podemos (ex-PTN), por exemplo, já conseguiu efetivar a mudança no TSE.

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