quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Chuvas da pré-estação não amenizam seca



Diário do Nordeste
A média de chuvas verificadas no Ceará, até as 7h de ontem (32.3mm) ultrapassou em 2% a média esperada para este mês, que é de 31.6mm. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), que faz monitoramento das precipitações e previsão do tempo. Dezembro e janeiro são meses de pré-estação chuvosa que vai de fevereiro a maio, no Estado. Os indicadores são parciais e devem ampliar até o fim deste mês, embora as chuvas sejam poucas e mal distribuídas geograficamente, não significando nada para o quadro crítico de armazenamento dos açudes do Estado.

As chuvas, embora poucas e localizadas, animam o sertanejo. Em 2016, dezembro fechou negativo com 13% abaixo do esperado para o período, e janeiro deste ano também ficou 30.8% abaixo da média histórica mensal que é de 98.7mm. A Funceme registrou, entre as 7h de terça-feira e 7h de ontem, chuvas em 18 municípios. A maior foi em Palmácia (22.6mm).

Previsão

Para esta quinta-feira, a Funceme prevê possibilidade de chuvas isoladas no Sul e na faixa litorânea, ao longo do dia. Nas demais áreas, céu parcialmente nublado. Para amanhã, sexta-feira, nebulosidade variável com possibilidade de chuvas isoladas para as regiões sul, jaguaribana e litorânea. Nas demais áreas, céu parcialmente nublado.

O Ceará enfrenta, desde 2012, um ciclo de chuvas abaixo da média, com queda permanente no nível dos reservatórios. Neste ano, houve melhoria nas precipitações verificadas na região Norte (Bacias Hidrográficas do Acaraú, Coreaú e Litoral), mas, nas demais áreas, a escassez de água perdurou, reduzindo o nível dos principais açudes do Estado e agravando a crise hídrica.

Reservatórios

Os açudes no Ceará estão com nível muito reduzido. Em média, acumulam 7,3%. Dos 155 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 51 estão no volume morto e 21 permanecem secos. O Castanhão, o maior do Estado, e responsável pelo abastecimento de mais de 4 milhões de moradores da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e do Vale do Baixo Jaguaribe está apenas com 2,7% de sua capacidade.

Em termos de bacias hidrográficas, a pior situação é a do Sertões de Crateús (0,26%); seguida do Baixo Jaguaribe (0,96%); Banabuiú (2.32%); e Médio Jaguaribe (2,51%).

As precipitações de pré-estação não têm relação com as da quadra chuvosa, ensina o meteorologista da Funceme, Raul Fritz. O órgão não costuma divulgar previsões para os meses de dezembro e janeiro em decorrência das mudanças rápidas dos sistemas meteorológicos que atuam nessa época do ano - Vórtices Ciclônicos e Cavados de Altos Níveis.

A Funceme vai divulgar amanhã, oficialmente, a previsão de tempo para o feriadão de virada de ano. "A maioria das previsões é de 24h, mas na sexta-feira, vamos divulgar prognóstico para o Réveillon", disse Fritz. "Há uma tendência de ausência de chuvas para o período", adiantou.

Sobre a previsão para quadra chuvosa, Fritz explicou que, por volta do dia 20 de janeiro, o órgão vai divulgar o primeiro prognóstico para o trimestre (fevereiro, março e abril).

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