quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Camilo admite aliança com Eunício em 2018


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RÔMULO COSTA-O Povo
O governador Camilo Santana (PT) admitiu pela primeira vez que poderá se aliar ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), nas eleições do próximo ano. Em visita ao O POVO na manhã de ontem, Camilo disse que uma união entre os dois ainda precisa ser discutida e “não pode acontecer simplesmente da minha vontade ou da vontade do senador”.

“A nossa parceria tem sido administrativ. Claro que nós vamos ter a oportunidade de, em 2018, sentarmos”, declarou o petista. “Mas nada sem dialogar com os nossos aliados, com os partidos e, principalmente, sentindo da população essa aproximação.” Cada vez mais evidente pelas aparições públicas e agendas conjuntas pelo interior do Estado, a possibilidade de aliança só havia sido admitida até agora por Eunício.

A fala do governador opõe-se à avaliação de um dos seus principais aliados, Ciro Gomes (PDT). O líder dos Ferreira Gomes já disse que não vê a aliança acontecendo e que o “povão” não entenderia esse acordo porque “as diferenças são muito graves (entre Camilo e Eunício)”.

Na semana passada, foi a vez do ex-governador Cid Gomes apontar dificuldades na aliança ao negar que houvesse acordo firmado entre o grupo e Eunício. O pedetista, porém, não descartou a possibilidade.

Assim como Camilo, Cid defende que a proposta seja “construída” com a base aliada.

Eunício e Camilo são vistos publicamente desde setembro trocando elogios e sorrisos em agendas combinadas. Os partidos de oposição, que tinham o presidente do Senado como uma das principais lideranças e possível nome para disputa, ainda não decidiram sobre qual nome poderá fazer frente à reeleição de Camilo.

Lula e Ciro

Lideranças do PMDB e do PT chegaram a afirmar que a aproximação entre os dois seria um pedido pessoal do ex-presidente Lula ao PT do Ceará. Camilo negou. “Não existe isso. O partido tem seus interesses em nível nacional. Tenho conversado pouco com ele, mas teremos a hora de avaliarmos o melhor cenário e as melhores alianças para 2018”, disse.

Camilo se mantém cauteloso sobre alianças para o ano que vem.

Para o governador, ainda não é o “momento certo” para esse debate. O petista está entre dois pré-candidatos: o presidente Lula, aposta única do PT para o pleito do ano que vem, e Ciro Gomes, que é pré-candidato pelo PDT e um dos principais apoiadores de Camilo.

“Não vamos antecipar os problemas e as ansiedades”, desconversa.

“Vamos aguardar quais serão as candidaturas apresentadas no ano que vem. A partir daí, a gente vai fazer um debate franco, sincero. Eu tenho um carinho muito grande pelo Ciro. É um amigo, um parceiro, é uma pessoa preparada. Vamos ter o momento certo para isso (discussão sobre o apoio)”, afirma.

Transposição

As obras da transposição do rio São Francisco estão “lentas”, de acordo com o governador Camilo Santana, que visitou canteiros no sábado, 23. De acordo com ele, a construtora havia assumido o compromisso de acelerar a construção, o que ainda não ocorreu. Em entrevista ao jornalista Luiz Viana, na rádio O POVO/CBN, o governador disse que ligaria para o ministro da Integração Nacional para discutir ritmo da obra. “O trecho do Cinturão das Águas que vai receber a água da transposição e vai levar para o Castanhão está praticamente pronto. São 52 km de obra do Estado. A parte do Ceará está feita”, disse.

Cirurgias

Camilo Santana pretende zerar a fila de espera para cirurgias eletivas no Estado após a parceria com hospitais filantrópicos e particulares. O Governo pretende iniciar processo licitatório ainda este ano para que as cirurgias possam ser iniciadas, em 2018, pelo setor privado custeado pelo Estado. “Estou com recurso garantido para zerar (a fila de espera), mas isso vai depender da capacidade dos hospitais filantrópicos e particulares de atender essa demanda”, disse. Hoje, existem 16.423 pacientes à espera de intervenções e procedimentos na rede pública.

Segurança

Enfrentando o avanço das facções criminosas no Ceará e aumento no número de homicídios no Estado, Camilo disse que o Governo planejou as ações na área da segurança pública e se aprimora com o programa Ceará Pacífico. Sobre o balanço do ano, o governador disse que o número de presos e de apreensões de drogas foi ampliado. “A Polícia nunca trabalhou tanto”, disse. “O grave problema que a gente está enfrentando é a disputa de territórios, de facções criminosas que tomaram conta do Brasil”, cita, dizendo que é preciso uma intervenção do Governo Federal no problema. Falta uma pactual nacional, segundo ele. “Estamos em uma epidemia no Brasil inteiro. O Governo Federal não dá prioridade a esse tema”, demarca.

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