sábado, 9 de setembro de 2017

PGR pede prisão de Joesley, Saud e Miller

Marcello Miller, ex-auxiliar de Rodrigo Janot na PGR, foi ouvido, na última sexta, sobre a suspeita de ter ajudado irmãos Batista em delação da JBS ( Foto: Folhapress )
Diário do Nordeste
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido para prender o empresário e dono do grupo J&F, Joesley Batista, segundo apurou o jornal "O Estado de S. Paulo". O pedido ainda precisa ser analisado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato na Corte. Segundo apurou o jornal, Janot também pediu a prisão do diretor do J&F, Ricardo Saud, e do ex-procurador Marcello Miller.

Em conversa entregue pela própria defesa da JBS, Saud e Joesley conversam sobre a suposta interferência de Miller para ajudar nas tratativas de delação premiada. O ex-procurador ainda fazia parte do Ministério Público quando começou a conversar com os executivos, no final de fevereiro. Ele foi exonerado da instituição apenas em abril.

Na segunda-feira, Janot abriu um procedimento de revisão do acordo de delação dos empresários. Ele vai pedir a revogação do benefício de imunidade penal concedido aos delatores.

A prisão preventiva já vinha sendo analisada por Janot nos últimos dias. Na quinta-feira, 7, os executivos prestaram esclarecimentos à PGR, mas não convenceram. A avaliação na instituição é de que o discurso era somente para manter a validade do acordo, mas os fatos narrados foram graves.

No caso de Miller, há auxiliares de Janot que avaliam que ele atuou junto à JBS com uso de informações privilegiadas que possui por ter integrado a equipe de Janot e pode ter incorrido no crime de obstrução de justiça e exploração de prestígio.

Também na sexta-feira (8), Miller foi ouvido por um procurador regional da República designado pela equipe de Janot. O nome do procurador regional não foi revelado pela Procuradoria Regional da República (PRR), porque o procedimento interno, que ocorreu no Rio de Janeiro, é sigiloso.

O depoimento será considerado na decisão da Procurador-Geral da República de validar ou não as declarações dos executivos, que descreveram esquemas de corrupção dos quais participaram, com envolvimento de membros do governo.

Leniência

A Justiça Federal homologou o acordo de leniência de R$ 10,3 bilhões firmado entre o Ministério Público Federal e o grupo J&F, dono da JBS. Na homologação, no entanto, o juiz Vallisney de Souza Oliveira fez uma ressalva: a eventual nulidade da delação dos executivos do grupo pode afetar o acordo da empresa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário