Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que a vitória de Michel Temer na CCJ da Câmara foi "acachapante" e que mostra a força da atual gestão ( Foto: ABR ) |
Diário do Nordeste
Integrante da tropa de choque do governo federal na Câmara dos Deputados, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), vice-líder do PMDB na Casa, defendeu, na sexta-feira, que os partidos que votaram contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deixem a base aliada.
"Essa denúncia é uma ofensa, teve o objetivo de ofender o presidente. Todos que se posicionaram favoravelmente a essa ofensa não têm mais lugar no nosso lado", disse o deputado, sem citar o PSDB.
Dos sete deputados tucanos na CCJ, cinco votaram pela admissibilidade da denúncia. Apesar disso, o partido possui quatro ministérios no governo.
Marun disse que os partidos que demonstraram fidelidade ao Palácio do Planalto devem ser recompensados.
PSDB
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), reconheceu que há um racha dentro do partido. "Há que se reconhecer isso (a divisão). Há os que querem ministros no governo e os que pensam diferente", disse o tucano, que participou de um evento do Sebrae em São Paulo.
Alckmin disse que é necessário buscar uma convergência, mas que a decisão final deve ser tomada apenas durante a reunião da executiva nacional do PSDB, prevista para agosto.
"Eu sempre defendi que não deveríamos sair antes da conclusão das reformas" afirmou.
Em entrevista ao Jornal Nacional, o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati, insistiu em dizer que o partido deve deixar o governo.
"Já deveríamos ter saído porque, como eu disse, nós não dependemos de ter ministério para apoiar aquilo que é importante para o país. Como as denúncias são crescentes e não param, acho que a pressão da opinião pública sobre esses ministros faz com que eles comecem a perceber que é melhor para eles, e é melhor para o país, que a gente faça um projeto para o país melhor do que nesse tipo de barganha", declarou.
Já o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que a vitória do governo na CCJ foi "acachapante" e que mostra a força da base no Congresso. Ele reforçou o discurso governista de que é a oposição quem tem o desafio de ter os 342 votos necessários para derrubar a denúncia.
Fidelidade
Aliados foram a Temer defender que ele retire os ministros do PSDB e governe com uma base real de 280 deputados fiéis.
Mas parte dos ministros acredita a manobra de escolher o deputado Abi-Ackel (PSDB-MG) como relator do parecer que recomenda o arquivamento da denúncia terá reflexos na bancada do PSDB.
O próprio líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Trípoli (SP), admite que, dos 46 deputados, 2/3 são a favor da denúncia e 1/3, contra.
Após a CCJ rejeitar a autorização da denúncia de corrupção passiva na CCJ, a enquete do jornal "O Globo" mostra que já passou de 100 o número de deputados que defendem Temer declaradamente. Portanto, com o apoio de 172 deputados, seja por voto contra a denúncia ou ausências, Temer estaria livre de se defender junto ao STF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário