sexta-feira, 16 de junho de 2017

Operador de Cunha admite caixa 2 ao PMDB e implica Temer, diz jornal

Funaro é réu na Lava Jato e está preso desde julho do ano passado ( Foto: Dida Sampaio - Divulção / Agência Estado )
Diário do Nordeste
O doleiro Lúcio Bolonha Funaro prestou depoimento à Polícia Federal na última quarta-feira (14) e admitiu ter feito operações de caixa 2 pelo PMDB e acusou o presidente Michel Temer de saber dos esquemas. 

De acordo com o jornal O Globo, uma fonte que teve acesso ao interrogatório de Funaro relatou que o doleiro sustentou que o presidente da República tinha conhecimento de doações ilícitas de campanha feitas ao PMDB, entretanto, não houve detalhamento do quanto Temer sabia do esquemas. O depoimento durou quatro horas.

Funaro contou aos investigadores como funcionavam as nomeações a cargos públicos articuladas pelo PMDB e associadas a desvios de recursos. No entanto, o doleiro negou que ele e seus familiares tenham recebido dinheiro da J&F para se manter calado; ele disse que o fornecimento financeiro dado pelos irmãos Batista (donos da JBS) foi feito apenas em três contratos legais de prestação de serviços em operações de mercado.

O operador disse ainda que mala com R$ 400 mil em dinheiro vivo recebida por sua irmã, Roberta Funaro, é parte do pagamento por serviços prestados de forma lícita. Ela foi presa na Operação Patmos, que teve como alvos Temer, o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).

Funaro é réu na Lava Jato e está preso desde julho do ano passado. De acordo com a denúncia da Procuradoria-geral da República, o doleiro operava um esquema de corrupção que cobrava propina de empresas interessadas em empréstimos do FI-FGTS (Fundo de Investimento de Garantia do Tempo de Serviço), controlado pelo PMDB.

Outro lado

Em nota, a assessoria de Temer negou ter tido conhecimento de financiamento ilegal de campanha para o PMDB. "O presidente Michel Temer somente tinha conhecimento de doações legais ao partido", diz o texto.

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