Na última sexta-feira (19), o Ceará foi atingido pelo terremoto político provocado pela delação bomba relizada pelos dirigentes da JBS. Wesley Batista, empresário e um dos proprietários da empresa, disse em seu depoimento que realizou uma contribuição no valor de R$ 20 milhões à campanha de 2014 do então candidato Camilo Santana, a pedido de Cid Gomes. Enviado pelo ex-governador, o deputado federal, Antonio Balhmann (PDT), foi citado pelo delator como um dos porta-vozes da proposta.
"Uma coisa é contribuição de campanha, que é prevista na legislação dentro dos limites legais, que estão incluídos dentro das prestações de contas apresentadas à Justiça Eleitoral. Outra coisa completamente diferente é a propina, a relação incestuosa entre o meio privado e o meio público", disse o gestor em vídeo de 55 segundos publicado em uma rede social. Segundo Wesley Batista, os R$ 20 milhões seriam abatidos da restituição do ICMS que o Estado devia à JBS, que totalizava R$ 110 milhões.
De acordo com o delator, R$ 9,8 milhões desse montante se referem à propina na forma de pagamento de notas emitidas contra a JBS sem contrapartida em prestação de serviços e os outros R$ 10,2 milhões se relacionam à propina dissimulada sob a forma de doação oficial.
"Eu estive lá para pedir apoio mediante, como realmente aconteceu, contribuições eleitorais formais, legais, previstas na legislação e declarada integralmente na minha prestação de contas", acrescentou o secretário, que ainda fez acusações por escrito. "(JBS) tenta confundir o povo brasileiro com o propósito de obter diminuição de pena, tratando doação lícita de campanha e propina como se fossem a mesma coisa".
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