domingo, 30 de abril de 2017

Corpo de Belchior será velado em Sobral e em Fortaleza

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O corpo do cantor e compositor Belchior será velado em Sobral e em Fortaleza. De acordo com o Governo do Estado, que está responsável pelo translado do Rio Grande do Sul para o Ceará, o corpo só chegará à Capital às 5h30  de segunda-feira (1) devido às questões burocráticas e à distância.  Ele será levado à Sobral, onde será velado, de 6h às 11h, em cerimônia aberta, no Teatro São João, conforme informou a Prefeitura de Sobral.

De lá, Belchior retorna para Fortaleza. À tarde e à noite, receberá homenagens da família, amigos e fãs em um velório aberto ao público. O Governo do Estado disponibilizou dois espaços para o velório, o Palácio da Abolição e o Theatro José de Alencar (TJA). A família escolheu o TJA pela sua relação com a história musical do homenageado. O enterro acontecerá no Paque da Paz, onde está o túmulo dos pais dele.

Belchior  morreu neste sábado, 29, em Santa Cruz do Rio Grande do Sul, aos 70 anos. Familiares não informaram a causa da morte. O cantor e compositor teria feito um pequeno show na noite de sexta-feira na cidade onde morava no Interior do Rio Grande do Sul e teria voltado pra casa reclamando de dor nas costas. Ele dormiu e não acordou mais. 


Homenagens

O governador Camilo Santana lamentou a morte e decretou luto oficial de três dias.  "Recebi com profundo pesar a notícia da morte do cantor e compositor cearense Belchior. Nascido em Sobral, foi um ícone da Música Popular Brasileira e um dos primeiros cantores nordestinos de MPB a se destacar no país, com mais de 20 discos gravados. O povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente por tudo que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará e do Brasil. Que Deus conforte a família, amigos e fãs de Belchior. O Governo do Estado decretou luto oficial de três dias", afirmou Camilo.

O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, também lamentou a morte do músico cearense. "A cultura musical cearense e de todo o País, assim como outras expressões das nossas artes, perde uma das suas mais marcantes personalidades. Não há como aferir o tamanho dessa perda que, infelizmente, encerra um longo e grave período de ausência de Belchior entre nós. É hora de nos solidarizarmos com os parentes, amigos e fãs, dentre os quais me incluo, alem de manifestarmos a nossa eterna gratidão por este cearense ter trazido ao mundo uma poesia transcendente em todos os seus aspectos", afirmou em nota.

O secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano dos Santos Piúba, também se pronunciou sobre o luto que o Ceará vive. "Além de se despedir da genialidade, do lirismo e da contundência de Belchior, de sua magistral reinvenção da canção popular brasileira, capaz de levar a todas as classes sociais temas densos e profundos, também embalados em espírito crítico, irônico, transformador, o Ceará diz adeus neste domingo a um sonho cultivado por seus cidadãos: o de ver Belchior, na hora que ele julgasse acertada, retornar a nosso Estado e, quem sabe, também aos palcos e estúdios. Com a certeza de muitas e maravilhosas coisas novas pra dizer. Além da importância de sua vasta obra musical, que merece ser cada vez mais estudada, conhecida  e reconhecida para além dos grandes sucessos, ficam para sempre nos corações dos cearenses o sorriso, a verve e as canções do eterno Bel. Porque viver é melhor que sonhar", declarou, em nota, o titular da Secult.

Músico foi dos mais importantes nomes da MPB

Belchior deu os primeiros passos de sua carreira artística ainda nos anos 1960, mas foi em 1971, após abandonar o curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e se mudar para o Rio de Janeiro, que decidiu investir definitivamente na música. O primeiro álbum veio em 1974, Intitulado "Belchior", mas não chegou a alçar o artista ao sucesso.  

Dois anos depois, foi lançado o album "Alucinação" (1976), que completou 40 anos no ano passado. O disco é considerado a obra-prima do cantor cearense e um dos mais importantes da história da MPB.

"Alucinação" reúne canções como "Apenas um rapaz latino-americano", "A Palo Seco", "Fotografia 3x4", "Como Nossos Pais" e "Velha Roupa Colorida". Essas duas últimas composições também foram imortalizadas na voz de Elis Regina, que decidiu incluí-las no LP "Falso Brilhante" (1976), dando grande projeção nacional a Belchior. 

O artista vivia distante do contato com familiares, músicos, fãs e imprensa há cerca de 10 anos

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