sábado, 4 de fevereiro de 2017

Há 46 anos, Ceará e Fortaleza faziam jogos contra time europeu, que agitaram a Capital e lotaram o PV

Após uma primeira partida empatada por 1 a 1, as equipes voltaram a se enfrentar e ficaram no zero a zero
Na última semana, completou-se 46 anos que o Ceará e Fortaleza enfrentaram os tchecos do Sparta Praga, um dos maiores times do Leste Europeu, em amistosos no Estádio Presidente Vargas. Em 1971, 30 mil torcedores viram dois empates contra o time grená, primeiro por 1 a 1, e o segundo, no dia 31 de janeiro, por 0 a 0. Contra o Leão, os gringos não tiveram a mesma sorte: perderam por 2 a 0.

Na véspera da partida contra o Ceará, o desembarque da equipe europeia contou com a euforia dos cearenses, que a acompanharam até o luxuoso Lord Hotel, no Centro. Toda cidade queria ver de perto jogadores como Kramerius, Migas, Taborsky, Vesely e Vrana que disputaram a Copa de 1970, com a Tchecoslováquia, no México.

"Um time europeu aqui no Nordeste. Era o inesperado acontecendo. Um estilo de jogo diferente. Tudo mudou depois daquela experiência", conta Mauro Calixto, defensor do Alvinegro naquele amistoso. Com 26 anos de idade, o defensor era um dos mais experientes do time do Ceará. O desejo de jogar contra um time estrangeiro era recorrente. Os planos para o clube, na época, eram pretensiosos. O Sparta Praga viria visitar o Brasil pela primeira vez. Para confirmação da partida, a diretoria do Ceará garantiu de que haveria muita organização e que o público lotaria o estádio. Antes, tinham sondado jogar com o Alianza Lima, do Peru, mas não houve acordo.

Nos arquivos dos jornais Correio do Ceará e Tribuna do Ceará, disponíveis na Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel, estão registrados os dias que antecederam o jogo e a repercussão sobre os resultados. A cidade se via transformada por completo: todos os caminhos levavam ao Presidente Vargas.

O Ceará amargava um jejum de sete anos sem títulos estaduais. Com isso, a temporada 1971 era vista como recomeço e a diretoria do clube mostrava empenho para sair dessa situação. Ceará e Sparta Praga se enfrentaram pela primeira vez na noite de 29 de janeiro. "Os atacantes deles eram muito altos e fortes e se posicionavam bem. A gente tinha de usar o corpo para conseguir marcá-los", disse Mauro Calixto, que teve o papel de marcar Urban e Tenner, atacantes que atuaram pela seleção tcheca contra o Brasil na Copa do Mundo no ano anterior.

Jogo duro

Na segunda partida, dois dias depois, o placar em branco não fez justiça pela atuação da equipe cearense, que teve muitas oportunidades de marcar, mas que foram desperdiçadas pela falta de pontaria dos atacantes. No 1º tempo, até os 15 minutos, predominava a marcação no meio-campo. Lima, apesar de pequeno, levava bastante perigo à meta de Kramerius. Já Da Costa, com sua habilidade, arriscava chutes de fora da área.

A correria dos jogadores do Sparta e a ótima formação tática feita pelo técnico Karel Kolsky, ex-treinador da Tchecoslováquia na Copa de 1958, dificultava ainda mais a penetração dos atacantes alvinegros, que esbarraram no forte esquema de defesa adversário.
DN

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