Andrade Júnior deixa o cargo de delegado geral, que será ocupado interinamente pelo atual adjunto da Pasta, Marcus Rattacaso ( Fotos: JL Rosa/Fabiane de Paula ) |
O delegado Andrade Júnior pediu, ontem, exoneração do cargo de delegado geral da Polícia Civil. O anúncio da saída foi feito pelo governador Camilo Santana, em postagem na sua página da rede social Facebook, na noite de ontem. Ainda na publicação, Camilo comunicou que o ex-delegado geral adjunto da Polícia Civil, Marcus Rattacaso, irá assumir o posto interinamente, até que se escolha o substituto efetivo para a Pasta.
O governador aproveitou a mensagem para agradecer à Andrade Júnior "pelo trabalho e dedicação durante o período em que esteve ocupando o cargo".
Andrade Junior afirmou que pediu exoneração do cargo em caráter irrevogável. O delegado emitiu mensagem direta aos delegados, escrivães e inspetores do Estado para agradecer pelo apoio dado enquanto ele esteve no posto mais alto da Instituição: "Caros colegas Delegados, Escrivães e Inspetores de Polícia, quero agradecer a todos vocês o apoio que me concederam enquanto eu estive à frente da Polícia Civil do Estado do Ceará. A todos desejo um feliz natal e que continuem, acima de tudo, honrando o compromisso que cada um assumiu quando ingressou em nossa Instituição. Grande abraço e meu muito obrigado". Procurado pela reportagem, o delegado não quis comentar a motivação da saída.
No entanto, um fonte da Polícia Civil informou que a mensagem de lei enviada pelo Governo Estadual à Assembleia Legislativa para igualar o salário de agentes de segurança do Ceará à média paga na região Nordeste, mas que não incluiu escrivães e inspetores da Polícia Civil do Ceará, seria o motivo que fez Andrade Júnior pedir exoneração do cargo de delegado geral.
Polêmica
A exoneração acontece um mês e meio depois de um áudio vazar e uma declaração de Andrade Júnior causar polêmica dentro e fora da Polícia Civil. Em uma conversa com 160 novos escrivães, o ex-delegado geral ameaçou demitir os policiais civis que estavam em greve e usou o termo 'pilantras' para se referir à parte da categoria que participou do movimento. "Como disse aos senhores, tenho 45 anos de idade e 29 de serviço público. Comecei a trabalhar bem cedo e nunca cometi uma ilegalidade dentro da função. E desafio qualquer um desses pilantras que estão aí. Se vão entrar para engrossar esse coro, não entrem", afirmou Andrade.
O ex-delegado geral disse que a declaração era 'dura'. "Gostaria de pedir desculpas aos policiais civis porque o termo foi inadequado. Os senhores não são esses, até porque não foi direcionado para os senhores. Nós sabemos quem são as pessoas que estão buscando promoção pessoal e mentindo para a categoria, dizendo que conseguiu isso e aquilo", explicou.
Três dias após a declaração, Camilo Santana afirmou que "foi um momento infeliz" do então delegado geral. Andrade Júnior assumiu a chefia da Polícia Civil no dia 18 de setembro de 2013, em substituição a Luiz Carlos Dantas, que passou seis anos no cargo.
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